sexta-feira, 16 de março de 2012

PESQUISA DA CNTA E UFRGS SOBRE SAÚDE DO TRABALHADOR É DESTAQUE EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO!

Audiência pública sobre segurança e saúde do trabalhador realizada dia 15 de março, na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, presidida pelo Senador Paulo Paim, debateu sobre os graves problemas enfrentados nos ambientes de trabalho, cujas condições inadequadas, com extensas cargas horárias e ritmo de produção acelerados, matam mais de 4 mil trabalhadores no Brasil por ano.
Na audiência, que contou com a presença de várias lideranças políticas e sindicais, representantes empresariais e do Governo Federal, a CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins esteve representada pelo Presidente Artur Bueno de Camargo, pelo coordenador político da sala de apoio da CNTA aos sindicatos da alimentação da região sul, Darci Pires da Rocha e Francesco Settineri, pesquisador do Instituto Itapuy, que em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com a CNTA e os sindicatos de trabalhadores nas indústrias da alimentação de Alegrete, Bagé, Pelotas e São Gabriel, foi um dos responsáveis pelo Projeto TEIAS - Tecendo Estratégias Integradas de Ação em Saúde, um projeto de pesquisa sobre saúde do trabalhador de frigoríficos de carne bovina, cujos dados foram apresentados a todos os presentes.
Segundo a agência de notícias do senado divulgou no seu portal, os dados da pesquisa apontaram que frio, umidade, intoxicação, choques e barulho estão entre os maiores problemas enfrentados pelos trabalhadores.
Ainda segundo o estudo, 74% deles trabalham o tempo todo de pé; 67% fazem hora-extra e 44% chegam em casa relatando dores ou nível de cansaço insuportável.

Artur Bueno de Camargo também falou sobre os graves problemas de saúde do ramo da alimentação, especialmente no setor de frigoríficos, dado as condições adversas em que estes trabalhos são realizados e apresentou uma solução para diminuir esse grave problema.
- A saída é reduzir a jornada de trabalho para que possamos reduzir o número de acidentes! falou Artur!
Darci Rocha, fazendo uso da palavra falou que o resultado da pesquisa feita nos frigoríficos gaúchos aponta para um conjunto sinistro de fatores, além da jornada extensa de trabalho, que são responsáveis por esse quadro gravíssimo de vítimas de acidentes, de doenças profissionais que tem levado tantos trabalhadores a morte ou ao afastamento precoce de sua profissão.
Em entrevista ao Informativo On Line ele afirmou:
-O ritmo acelerado de produção, a falta de pausa intra jornadas, o assédio moral das chefias sobre os trabalhadores para aumentar a produção,   somado a uma jornada longa de trabalho, faz com que os trabalhadores adoeçam ou se acidentem, os números comprovam isso e são alarmantes. Além disso, quando esse trabalhador procura o amparo do INSS, muitas vezes é devolvido as empresas que não o recebe porque ele já não tem condições de produzir, assim o trabalhador entra em depressão o que agrava o problema de saúde, quando não leva ao óbito, inclusive por suicídio e muitas dessas mortes nem fazem parte das estatísticas. - Disse Darci.
Para os sindicalistas, o Governo Federal também tem responsabilidade sobre essa situação, pelo descaso com que trata o Ministério do Trabalho que não tem recursos e pessoal para fazer uma fiscalização adequada nas empresas.
Segundo o portal da agência de notícias do Senado, Paulo Paim afirmou que o objetivo desta audiência foi promover o debate em busca de soluções para esses problemas.
Por: Luiz Araújo

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