terça-feira, 25 de setembro de 2012

MÉRITOS AO MOVIMENTO SINDICAL!


Pnad: negociação sindical e aumento do salário mínimo
são responsáveis por queda da desigualdade

Aumentos reais dos salários mínimo nos últimos anos e negociações de sindicatos para garantir reajustes salariais são os dois principais responsáveis pela redução da desigualdade entre pobres e ricos no país, apresentada sexta-feira (21) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A análise é do coordenador de estudos de desenvolvimento do Dieese, Ademir Figueiredo.
De acordo com os dados, o Índice de Gini, que mede as diferenças sociais, que recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011 (quanto mais próximo de zero, menos concentrada é a distribuição de renda).

“Um dos responsáveis são as negociações sindicais para reajustes salariais, que vem permitindo que os trabalhadores consigam recuperar a inflação e ter aumentos reais”, afirma Figueiredo. “Outro fator importante são as políticas de recuperação do salário mínimo, que permitiu que ele crescesse pelo menos 64% nos últimos anos. Mais de 40 milhões de pessoas têm seus rendimentos baseados no salário mínimo.”
Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal dos trabalhadores cresceu 8,3% em 2011 na comparação com 2009, passando de R$ 1.242 para R$ 1.345. O maior aumento percentual se deu no Nordeste, de 10,7%, chegando a R$ 910. No Centro-oeste, a elevação média de 10,6% levou os rendimentos a R$ 1.624. Norte, com 7,7%, apresenta um rendimento médio de R$ 1.100. O Sudeste tem a segunda maior média do país, R$ 1.522, e o Sul vem em seguida, com R$ 1.461.
A Pnad mostrou ainda que a maior elevação foi observada entre os 10% com rendimentos mais baixos, que avançaram 29,2%, de R$ 144 para R$ 186. No geral, observou-se uma redução no crescimento do rendimento conforme o valor aumentava. Em 2011, os 10% da população ocupada com os rendimentos de trabalho mais elevados concentraram 41,5% do total de rendimentos.
Para o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Carlos Prado, o quadro inaugura uma tendência. “Temos uma situação relativamente melhor. Esse conjunto de indicadores mostra que o Brasil começa a caminhar para uma sociedade mais justa”. Ele avalia que a diminuição da desigualdade é reflexo do fortalecimento da economia e de políticas de distribuição de renda adotadas pelo governo, como o programa Bolsa Família. Além disso, ele ressalta que o crescimento econômico e o reduzido aumento populacional também garantem uma renda per capita maior.
Fonte: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

MENTES SUPERIORES E OS TRABALHADORES TUPINIQUINS!


Artigo por: Luiz Araújo(*)

Com toda sinceridade, quando leio matérias como essa do Estado de São Paulo, que acabei de postar no Boletim Informativo da CNTA, sob o título “O governo estuda flexibilizar leis trabalhistas permitindo redução de jornada e de salários”, sinto-me frustrado, frustrado porque minha limitada mente de trabalhador tupiniquim não consegue acompanhar o alcance que as maravilhosas mentes dos sindicalistas metalúrgicos do ABC e de integrantes do governo Dilma, tão superiores em inteligência, vislumbram como positivo em um projeto dessa natureza!
Do alto da minha ignorância, sempre acreditei que muitas leis trabalhistas no mundo, que inspiraram a nossa CLT, só nasceram, tornaram-se melhores e “generosas” para os trabalhadores em muitos aspectos, por medo da revolução socialista que se alastrava pelo leste europeu, afinal ou os empresários concediam um pouco de direitos ao proletariado, ou corriam o risco de verem os trabalhadores assumirem o poder e isso seria inaceitável.
 Por tanto, agora que esse perigo, aparentemente, foi superado, me pareceu lógico que a “máscara” de bondade e generosidade dos empresários pudesse cair, como de fato caiu, tranquilamente! Dessa forma, nada mais natural para o ocidente capitalista, que os ventos liberais varressem o mundo, colocando a baixo os direitos dos trabalhadores e mais, que chegassem ao Brasil, por meio de entidades como CNI, FIESP, FIERGS, etc e encontrassem eco na grande mídia, sempre disposta a defender com unhas e dentes os interesses empresariais, que são os seus também, afinal quanto maiores forem os lucros, mais generosas se tornam as campanhas publicitárias.
O que não me parece lógico é que um governo dito “dos trabalhadores”, eleito sob a bandeira da “defesa dos interesses dos trabalhadores” defenda um projeto dessa natureza, muito menos que dirigentes sindicais de trabalhadores se prestem a um papel, que parece tão vil, daí eu me sentir tão frustrado pela minha ignorância..
Pode ser que nós, trabalhadores tupiniquins, tenhamos a mente muito bitolada mesmo, ou talvez seja só eu, será?
Pois pelo menos para mim, todos os argumentos para justificar que pessoas que, se quer ganham o mínimo que a lei maior do país define como necessário ao seu sustento e de seus familiares, passem a ganhar ainda menos e trabalharem ainda mais, é uma desculpa esfarrapada para justificar uma exploração descarada da classe trabalhadora com o objetivo de aumentar os lucros empresariais!
Competitividade da economia? É esse o argumento?
Falando pelo que se vê no ramo da alimentação, como um exemplo, trabalhadores que recebem um quinto do que ganham trabalhadores europeus e norte-americanos, fabricam produtos tão bons que se não fossem legislações protecionistas, as exportações brasileiras bateriam recordes todos os anos.
Ou eu sou muito burro, ou isso é muito competitivo economicamente.
Por outro lado, conforme fartamente noticiado na imprensa, temos vários exemplos de cursos motivacionais, reuniões de negócios, feiras, palestras e nem sei mais o que, realizados em hotéis de luxo, com cardápios finos e variados, regados a bebidas e, alguns, até com direito a acompanhantes tão belas quanto caras, que custam mais em um dia do que a folha de pagamento de 3 meses de muitas empresas.
Ou eu sou estúpido, ou isso não é nada competitivo economicamente.
Poderia ficar falando sobre embarques errados de mercadorias, especulações estúpidas, investimentos errados e tudo que me parece pouco “competitivo economicamente”, mas estaria falando bobagens, e peço desculpas. É evidentemente que minha ignorância, deve-se ao fato de não conhecer os meandros da política econômica, de não ter lido manuais administrativos ou mesmo conhecer um país de primeiro mundo como a Alemanha, o que certamente nossas “mentes superiores” sindicais e governistas conheçam, e saibam bem como e o que esse tipo de acordo tão “moderno” pode oferecer em termos de benefícios aos trabalhadores de lá, que a legislação arcaica e ultrapassada do Brasil não permite a nós, trabalhadores tupiniquins, desfrutar!
Não posso falar por todos os trabalhadores é claro, pois além de burro e atrasado eu seria pretensioso também, mas para que não digam que eu sou intransigente, vamos fazer o seguinte: O dia que os trabalhadores brasileiros tiverem saúde pública, segurança, educação e lazer com a mesma qualidade da Alemanha e ganharem o mesmo salário dos trabalhadores alemães, eu vou ser o primeiro a pedir a reforma da CLT e assinar o tal acordo.
Se isso não servir? Bem, posso também fazer uma campanha entre os trabalhadores, ou popularmente como nós tupiniquins costumamos chamar “fazer uma vaquinha” e arrumar o dinheiro da passagem para que nossas “mentes brilhantes” enfiem seus maravilhosos projetos no “bolso”, se mudem para a Alemanha e vivam felizes e modernos por lá!
(*) Coordenador Administrativo da sala de apoio da CNTA aos sindicatos da região sul!

PÉSSIMA NOTÍCIA!


Governo estuda flexibilizar leis trabalhistas, permitindo redução de jornada e de salários!

Como parte da agenda para aumentar a competitividade da economia, a presidente Dilma Rousseff ensaia entrar num terreno pantanoso para um governo do PT: a flexibilização das normas trabalhistas. A Casa Civil analisa proposta de projeto de lei pelo qual trabalhadores e empresas poderão firmar acordos com normas diferentes das atuais, baseadas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em vigor há 69 anos.
Na prática, o projeto permite que os salários e a jornada de trabalho sejam reduzidos de forma temporária em caso de dificuldades econômicas. Ele abre caminho também para a utilização mais ampla do banco de horas, pelo qual os trabalhadores cumprem horas extras sem receber adicional, e compensam o tempo trabalhado a mais com folgas.
Os acordos entre empregados e empresas seriam firmados por meio do Comitê Sindical de Empresa (CSE), segundo prevê o projeto de lei. As normas à margem da CLT comporiam um acordo coletivo de trabalho.
Empresas que concordarem em reconhecer no CSE seu interlocutor e os sindicatos que aceitarem transferir ao comitê o poder sindical terão de obter uma certificação do governo.
O papel dos sindicatos, nesse sistema, seria o de atuar nas empresas que optarem por continuar sob o "modelo CLT". Eles também selariam com as entidades patronais as convenções coletivas - por meio das quais empregados e patrões definem, anualmente, aumentos salariais. Todos os membros do CSE terão de ser sindicalizados.
A proposta em análise foi elaborada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, baseada no modelo alemão. O texto foi entregue ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Recentemente, a Casa Civil, que auxilia Dilma na elaboração de normas legais, pediu para analisar o projeto.
Ainda não está certo se o governo adotará o projeto como seu e o enviará ao Congresso. A presidente costuma pedir análises detalhadas dos projetos que considera interessantes, para depois decidir se os levará adiante ou não. Para colher mais subsídios, um grupo deverá ir à Alemanha nas próximas semanas.
Na Alemanha, boa parte da indústria e dos sindicatos concordaram em reduzir a jornada de trabalho e os salários, em caráter excepcional e com prazo de validade, para permitir que a economia atravessasse a crise sem falências ou demissões. "Formaram um pacto nacional, que só foi possível do ponto de vista legal porque as leis lá são flexíveis", diz uma fonte graduada da equipe econômica do governo.
O projeto é visto com simpatia no Palácio do Planalto e, principalmente, no Ministério da Fazenda. Chegou a ser citado pelo secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, em palestra na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, como parte da agenda do governo.
Fonte: O Estado de S.Paulo

ÓTIMA NOTÍCIA!

 Cresce o número de trabalhadores com ensino médio e superior completo

O número de trabalhadores com ensino médio completo passou de 43,7% para 46,8% e os ocupados com ensino superior completo de 11,3% para 12,5%, de 2009 para 2011. Os dados são do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (21).
Por sua vez, o percentual de trabalhadores com ensino fundamental incompleto recuou de 31,8% para 25,5%. A pesquisa destaca ainda que as classes com rendimentos mais baixos registraram o maior aumento percentual, 29,2%.
No entanto, o estudo constatou que quanto maior o rendimento menor a evolução de crescimento. Diante disso, os 10% da população ocupada e com rendimentos mais elevados concentraram 41,5% do total dos salários.
Valor
O rendimento médio mensal real de todos os trabalhadores, ocupados ou com rendimentos, cresceu 8,3% de 2009 para 2011, passando de R$ 1.142 para R$ 1.345. Os salários dos trabalhadores com rendimentos mais baixos, avançaram de R$ 144 para R$ 186.
População setorial ocupada
De 2009 para 2011 houve um aumento de 1,1% na população ocupada de 15 anos ou mais, somando 92,5 milhões de trabalhadores.
O total de ocupados no setor de serviços cresceu 5,2% (41,5 milhões de pessoas), em comércio e reparação a alta foi de 1,9% (16,5 milhões) e 13,6% na construção (7,8 milhões). Por sua vez, foram registradas quedas de 7,3% no setor agrícola (14,1 milhões) e de 8,0 % na indústria (12,4 milhões).
Fonte: InfoMoney

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

20 DE SETEMBRO! HOMENAGEM AO POVO GAÚCHO!


Vídeo postado no youtube por Hemerson Macalão Ramos

terça-feira, 18 de setembro de 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O NÓ DA DESIGUALDADE SOCIAL!


O nó da desigualdade social
Artur Bueno de Camargo (*)

Todos os candidatos que concorrem a cargos políticos, quer seja aqui no
Brasil, ou em qualquer outro país com regime capitalista, fazem muitas promessas e uma que muito se destaca é a do combate à desigualdade social.
Nós, eleitores, reconhecemos as enormes dificuldades pelas quais devem passar aqueles que querem implantar políticas sustentáveis, para alcançar a igualdade social. Não é por falta de a população tentar mudar! Já elegemos candidatos e candidatas com os mais diversos perfis, tanto para a presidência da república, quanto para os governos dos estados e para as prefeituras dos municípios, assim como para os cargos legislativos, em nosso país.
            Então, qual a razão, ou as razões, para que cada vez mais, em nosso país, a riqueza se concentre nas mãos de uma minoria, enquanto a maioria da população fica com a menor fatia?
            A ONU (Organização das Nações Unidas) publicou em seu relatório que o Brasil é o 4º (quarto) país mais desigual de uma região, a América Latina, que é a mais desigual do mundo. O Brasil só não é mais desigual do que a Guatemala, Honduras e Colômbia, segundo o relatório acima referido. Na América Latina, a taxa de pobres, nos últimos 20 (vinte) anos, até 2009 caiu de 48% para 33%, de acordo com o relatório da ONU. Mesmo assim, o Brasil continua com uma taxa de 22% de pobres, enquanto a Argentina, o Chile e o Uruguai têm uma taxa de 12%.
            Todas as políticas públicas de combate à fome, fornecimento gratuito de medicamentos, renda mínima, bolsa família (complementada ou não) ajudam, mas não são políticas sustentáveis, e muito menos de combate à desigualdade social.
            Entendemos que o combate à desigualdade começa pela política de proporcionar igualdade de oportunidades, na educação, por exemplo, da creche à universidade ou na saúde, desde o pré-natal da gestante e até a idade de acompanhamento ao geriatra. É preciso criar políticas que fortaleçam as representações dos trabalhadores e que o governo passe a exigir a contrapartida das empresas que são beneficiadas com isenções de impostos e com dinheiro público.
            Acreditamos que estas iniciativas devem começar pelos representantes dos municípios, a fim de fomentarem políticas que irão viabilizar a implantação, das mesmas iniciativas, nos estados e na União. A força que criará este movimento está nos municípios, que é onde estão os eleitores!
            Este é um importante momento para cobrarmos, dos candidatos, propostas de projetos que efetivamente possam ajudar a desatar o nó da desigualdade social em nossos municípios, em nossos estados e em nosso país. É possível!


(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

TRABALHADORES DE FRIGORÍFICOS DO RS COMEMORAM AUMENTO ACIMA DA INFLAÇÃO!


Cerca de 3 mil funcionários da multinacional Marfrig Group foram beneficiados pela campanha salarial 2012 no Rio Grande do Sul. Além do reajuste de 14,75% no piso, acordo viabiliza transporte gratuito aos trabalhadores do setor

A intransigência dos frigoríficos por pouco não resultou em uma paralisação geral no Rio Grande do Sul (RS). Cerca de 3 mil funcionários da multinacional Marfrig Group rejeitaram proposta inicial de 8,8% de reajuste salarial e conquistaram, nessa quarta (05/09), 14,75% em acordo que garante ainda aumento no vale alimentação e transporte gratuito aos trabalhadores. As negociações da campanha salarial 2012 tiveram início em junho deste ano.

Sob ameaça de greve desde a última semana, trabalhadores das regiões de Bagé, Pelotas, Alegrete e São Gabriel reivindicaram aumento salarial com reposição da inflação e melhorias das condições de saúde, diante de cláusulas sociais.  “Realizamos diversas assembleias onde os trabalhadores rejeitaram uma proposta da empresa com salário baixo e estávamos nos preparando para instalar uma greve. A participação dos trabalhadores foi maciça e isso repercutiu na direção da empresa. Nessa segunda íamos parar as unidades de Alegrete e São Gabriel, com a participação de 1.700 trabalhadores, no entanto, a empresa cedeu e apresentou outra proposta que não atendeu 100% o interesse dos trabalhadores, mas atendeu o interesse da maioria“, afirma Darci Pires da Rocha, coordenador político da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), que coordenou as negociações com sindicatos locais e representantes patronais.

Segundo Darci, a principal preocupação dos trabalhadores foi atingir um índice com ganho real que superasse a inflação. Para ele, a mobilização dos trabalhadores foi determinante para a conquista que, segundo Darci, foi um dos maiores ganhos percentuais já vistos no Brasil. “Nós queríamos um mínimo de 10% para todos os trabalhadores de forma linear, que é um índice significativo já que temos uma inflação de 4,85%. Talvez essa tenha sido uma das negociações que atingiu maior ganho percentual do Brasil. Tivemos reajuste de 10% para os trabalhadores que ganham até R$ 2.000 e 14,75% no reajuste do piso (R$ 787,00)”, comemora Darci, que também destaca a garantia de transporte gratuito e o aumento do vale alimentação para R$ 115,00.


Frigoríficos sem regulamentação profissional

O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, elogiou a participação dos dirigentes sindicais e a unificação dos trabalhadores da região. No entanto, lembrou que o setor frigorífico ainda tem muito o que avançar, sobretudo, no que diz respeito às condições de saúde e segurança no trabalho. Nesta terça (11/09), representantes patronais e dos trabalhadores voltam a discutir com o governo a criação da Norma Regulamentadora dos Frigoríficos, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“Foi comprovado que é possível avançar somente através das mobilizações. Para nós, da CNTA, é muito importante termos essa unidade e isso no futuro com certeza trará também melhores resultados na luta dos trabalhadores em busca de melhorias”, afirma.

Sobre a falta de avanço da construção da NR dos Frigoríficos, há mais de um ano em discussão no MTE, Artur não descarta a retomada da mobilização nacional para defender interesses gerais dos trabalhadores da categoria, como a redução da jornada de trabalho, a extinção das horas extras e a concessão de pausas para descanso de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho –  rejeitados pelo patronal ao longo das negociações.

“Espero realmente que essa próxima reunião traga uma proposta de consenso e que possa pelo menos amenizar um pouco os problemas de saúde e de acidentes de trabalho dentro dos frigoríficos, que são alarmantes. Se isto não acontecer, espero que o MTE cumpra seu papel e não fique refém dos empresários, que não querem avançar na melhoria das condições de trabalho”, diz.


Segundo a ata de negociação dos frigoríficos no RS, as principais cláusulas do acordo são:

Piso: R$ 787,00 (reajuste de 14,75%);
Piso Profissional: R$ 840,00 ( reajuste de 13,67%) ;
Reajuste: até R$ 2.000,00 10% retroativo a junho;
Acima de R$ 2.000,00 8,5% retroativo a junho;
Vale alimentação: R$ 115,00;
Vale transporte: Gratuito.




Assessoria de imprensa da CNTA
(61) 3242 6171 / 8177 3832
Clarice Gulyas / claricegulyas@gmail.com

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

FINAL FELIZ!

Marfrig apresenta nova proposta e fecha acordo com sindicatos filiados a CNTA no Rio Grande do Sul!

Tudo acaba bem, quando termina bem! Essa máxima resume a situação do acordo coletivo 2012 envolvendo a empresa Marfrig e os sindicatos de trabalhadores nas indústrias da alimentação de Alegrete, Bagé, Pelotas e São Gabriel.

Depois de uma negociação difícil que se arrastou até o início de setembro, finalmente a Direção da Marfrig apresentou uma proposta considerada satisfatória pelos trabalhadores das cidades de Alegrete, Bagé e São Gabriel, que aprovaram em assembleia os números apresentados, suspendendo assim o estado de greve, decretado nas assembleias anteriores.
A sala de apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins - CNTA, através de seu coordenador político, Darci Pires da Rocha, esteve presente e ao lado dos trabalhadores e suas entidades durante todo o processo.
Segundo Darci Rocha, o processo foi cansativo, mas satisfatório, uma vez que foi possível chegar a bom termo essa negociação, sem a necessidade de acirramento do processo, com números dentro da expectativa dos trabalhadores.
-Em primeiro lugar é preciso parabenizar as direções das quatro entidades pelo excelente trabalho de mobilização realizado desde o início desta campanha salarial e pela consciência política de buscarem uma solução conjunta, priorizando o bem maior da categoria como um todo; Parabenizar os negociadores patronais que tiveram a sensibilidade de entender que nossas reivindicações não estavam fora da realidade da empresa e nem da conjuntura do setor, e principalmente, parabenizar os trabalhadores e trabalhadoras das unidades frigoríficas da Marfrig das quatro cidades, pois demonstraram firmeza na defesa de seus interesses e união com suas entidades sindicais. Quero ainda agradecer a todas as entidades e todos os companheiros que estiveram ao nosso lado.
Nossa missão enquanto sala de apoio, designada pelo nosso presidente Artur Bueno de Camargo é ajudar e   estar ao lado das entidades sindicais de trabalhadores do ramo da alimentação, apoiando incondicionalmente a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente das indústrias de alimentos. Por isso, apesar da verdadeira maratona que foram essas atividades em sequencia, em tantos lugares, tanto eu como todos os dirigentes sindicais envolvidos no processo estamos nos sentindo gratificados com o êxito dessa negociação, pois isso só reafirma o acerto da nossa confederação, na sua política de estar mais próxima as bases através de suas salas espalhadas pelo Brasil. Afirmou Darci!
Segundo a ata de negociação, as principais cláusulas do acordo são as seguintes:
Piso: R$ 787,00(reajuste de 14,75%) ; Piso Profissional: R$ 840,00( reajuste de 13,67%) ; Reajuste: até R$ 2.000,00 10% retroativo a junho; Acima de R$ 2.000,00 8,5% retroativo a junho; Vale alimentação: R$ 115,00; Vale transporte: Gratuito.
As assembleias dos trabalhadores das unidades da Marfrig na base de Pelotas serão realizadas amanhã, pela manhã.



Por: Luiz Araújo

AS ELEIÇÕES E AS CAMPANHAS ELEITORAIS!


Artur Bueno de Camargo (*)


            Estamos nos aproximando das eleições municipais e percebemos que os candidatos e as candidatas cada vez mais estão intensificando suas campanhas, utilizando as mídias e outros meios conforme suas possibilidades. É evidente a desigualdade existente!
Podemos observar que a “criatividade” dos partidos, para apresentação de seus candidatos e de suas candidatas, muitas vezes foge, totalmente, do objetivo a que se destina uma campanha política. Toda campanha deveria servir para que eles demonstrassem, aos eleitores, o seu conhecimento sobre os problemas existentes, e as propostas de projetos que pretendem desenvolver, no cargo que disputam.
Colocamos duas importantes questões para reflexão dos leitores deste jornal.
Em primeiro lugar, com relação ao financiamento das campanhas, sabemos que atualmente é liberado para que os partidos políticos e seus candidatos busquem financiamento com as empresas privadas e pessoas físicas, sendo certo que não existe limite para arrecadação. Em razão disso, não há comprometimento do partido ou dos candidatos e das candidatas, com o bem estar da sociedade, que muitas vezes, quando eleitos, atuam a serviço de interesses particulares, ou seja, dos financiadores de suas campanhas.
Ora, a sociedade já contribui com uma parcela significativa para os partidos políticos e seus candidatos, pois cada partido recebe, por mês, um determinado valor proveniente de verba pública (dinheiro do povo, da sociedade). Os partidos sequer pagam a propaganda eleitoral obrigatória, que é transmitida pelas emissoras de rádio ou de televisão! E no final das contas, a sociedade ainda se vê diante de uma avalanche de programas que não servem para o fim a que se destinam, pois tudo é feito de forma enganosa e sem o propósito de informar com clareza e honestidade.
A segunda questão refere-se à forma como os candidatos e as candidatas aos cargos legislativos se apresentam, uma vez que o tempo, para alguns, é tão curto que mal conseguimos identificar a pessoa que está sendo apresentada. Os eleitores precisam de mais informações, e de preferência, de forma transparente e séria, para poder melhor avaliar e decidir em quem votar.
Diante disso, colocamos as seguintes perguntas para juntos refletirmos: será que não seria mais correto haver somente financiamento público das campanhas, com verbas iguais aos candidatos e às candidatas? E não seria mais proveitoso que os candidatos e as candidatas tivessem, por exemplo, apenas duas apresentações nas rádios e televisões, uma no início e outra no final da campanha, mas com tempo suficiente para se identificarem melhor e apresentarem suas propostas?
           
(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

CAMPANHA NACIONAL CONTRA O ACORDO COLETIVO ESPECIAL!


Para movimento sindical, aprovação de anteprojeto de lei encaminhado ao Congresso pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC significa mais uma flexibilização trabalhista

Proposta de anteprojeto de lei que defende a prevalência do negociado sobre o legislado nas negociações coletivas é tema do Seminário sobre Acordo Coletivo Especial nesta segunda (03/09), às 18h, na Universidade de São Paulo (USP). A iniciativa é da central sindical Conlutas, que dará início a uma campanha nacional contra o Acordo Coletivo Especial. A programação inclui palestras com o professor da Faculdade de Direito da USP, Souto Maior; e com os dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), Artur Bueno de Camargo, e da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Paulo Pasin.

De acordo com Wilson Ribeiro, diretor executivo da Conlutas de São Paulo, o objetivo do evento é conscientizar trabalhadores e sindicalistas acerca das tentativas de flexibilização das leis trabalhistas. Ele critica a falta de participação das centrais sindicais na discussão do tema e afirma que a proposta proporciona a precarização das condições de trabalho.

"A gente percebe que o projeto é uma reedição da proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na época da reforma sindical e trabalhista. E traz como conteúdo a proposta de flexibilizar os direitos e precarizar as condições de trabalho como vem acontecendo como a Lei das Cooperativas. O ACE é um golpe duro e mortal na CLT, e defende os interesses dos empresários. Ele propõe que qualquer acordo feito entre sindicato e empresa não possa ser questionado nem pelo tribunal, nem pelo governo. Ou seja, que nenhuma autoridade possa interferir. Esse acordo seria soberano, inclusive, sobre a legislação. Com isto, nós corremos o risco de ter vários sindicatos sem poder de mobilização que ficarão reféns de acordos muito ruins para as categorias", comenta.

Capitalismo e trabalho

O palestrante Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), avalia com preocupação a proposta. "Este é um projeto isolado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que é uma das entidades filiadas da CUT, e que tem apoio da cúpula da CUT e, inclusive, de empresários. Resta refletir se o que é bom para o capitalismo também vai ser bom para os trabalhadores", pondera.

"Fazer prevalecer o negociado sobre o legislado não faz sentido porque não existe nenhuma lei, seja na Constituição, seja na CLT, que impeça o trabalhador de tentar negociar melhores condições e benefícios além do que está previsto em lei. Ou seja, se a lei garante 50% de adicional na hora extra, o sindicato não é impedido de negociar percentuais superiores. No entanto, me preocupa que haja intenção dessas negociações passem a ser feitas abaixo da lei", diz.

Artur Bueno também afirma que além de beneficiar o empresariado, o ACE poderá contar com apoio do governo e do próprio PT. “Quantos postos de trabalho foram eliminados por causa da tecnologia e os empresários não foram sensíveis a isto? Até mesmo em negociar a redução da jornada de trabalho, que desde 1988 não é reduzida. Para mim, afirmar que a aprovação deste projeto será refletida positivamente na economia do país é uma falácia. Para nós, isto é um aconchavado de governo federal com a cúpula da CUT”, critica Bueno, que também destaca a terceirização como forma dos interesses dos empresários prevalecerem ao dos trabalhadores.




Assessora de imprensa da CNTA
Clarice Gulyas (61) 8177 3832 / 3242 6171