Nos dias 25, 26 e 27 do mês de abril tivemos a oportunidade de participar de um
Seminário, promovido pelo TST - Tribunal Superior do Trabalho para discutir a
Liberdade Sindical e os novos rumos do Sindicalismo Brasileiro.
Com a participação de um público superior a mil pessoas, entre representantes
sindicais, patronais e de trabalhadores e profissionais do direito, além de várias
autoridades do Brasil e do exterior, compondo os painéis, sob a direção do Presidente
do TST, Ministro João Oreste Dalazen.
Este evento comprovou a falta de conhecimento da realidade do movimento
sindical de base e o verdadeiro capitalismo, em nosso país, principalmente por parte do
Presidente do TST e dos sindicalistas ligados a CUT – Central Única dos
Trabalhadores.
O Presidente do TST fez uma abertura tendenciosa, direcionada ao pluralismo
sindical e à necessidade de aprovação da Convenção 87, da OIT – Organização
Internacional do Trabalho, dando a entender que a estrutura sindical atual é responsável
pela existência do grande número de acidentes no trabalho e o volume de processos na
justiça do trabalho.
Dentro da mesma linha, apontando somente os pontos falhos e equivocados por
alguns sindicalistas, o presidente da CUT disse que é necessário mudar o sistema e a
forma de sustentação das entidades sindicais, e que as leis trabalhistas engessam as
negociações, como se ele fosse o dono da verdade!
Para completar, (sem entrar no mérito dos demais oradores, uns defendendo o
atual sistema, outros contra o sindicalismo brasileiro) o presidente do sindicato dos
metalúrgicos do ABC apresentou o sistema implantado em 90 (noventa) indústrias de
sua base. Trata-se do comitê “bipartite” dentro das empresas, com salas montadas nas
próprias empresas, para negociarem os representantes do comitê (trabalhadores e
empresa). Ele também afirmou que as leis dificultam as negociações!
A nossa opinião, em poucas palavras, é que o grande número de acidentes de
trabalho e de processos na Justiça do Trabalho, se dá por falta de lei que responsabilize,
econômica e socialmente, as empresas que procuram precarizar as condições de
trabalho, além da falta de estrutura no Ministério do Trabalho para fiscalizar. Quanto à
estrutura sindical, precisamos sim aperfeiçoar o atual sistema, que é considerado um dos
melhores do mundo, para que continue cada vez melhor. Não podemos nos basear em
exceções para destruir as regras que estabilizam o jogo Capital X Trabalho!
(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação
(CNTA) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do
Estado de São Paulo.
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