Artur Bueno de Camargo (*)
Quando o governo
toma iniciativas para ajudar o desenvolvimento, a produção e, consequentemente,
a sociedade, precisamos aplaudir e apoiar.
Por isso, a decisão da presidente Dilma Rousseff, de utilizar as duas
estatais financeiras, para reduzir o valor dos juros, merece os nossos aplausos
e o nosso incondicional apoio.
Mas, é bom lembrarmos que também é necessário, e urgente, reduzir os
valores exorbitantes das taxas que são cobradas pelos bancos, além de melhorar (e
muito) o tratamento dispensado aos clientes.
Os bancos, além de cobrarem pelos serviços que prestam aos seus clientes,
ainda se utilizam de grande parte dos serviços executados pelos próprios clientes
nos chamados caixas eletrônicos e outros sistemas, isto é, os clientes pagam para prestar serviços aos bancos!
No Brasil, os bancos sempre trabalharam com uma margem de lucro
exorbitante. No governo Lula havia um temor, por parte dos banqueiros, de que
alguma mudança poderia resultar em redução de seus lucros, entretanto, o
período em que os bancos mais lucraram foi exatamente durante os dois mandatos
do ex-presidente Lula!
Agora, a presidente Dilma tomou a iniciativa de reduzir os juros e
devemos apoiá-la, pois, num país onde ainda existe grande desigualdade social,
não é possível uma instituição, que gera o mínimo de empregos e cobra um dos
maiores juros do mundo, mantenha um lucro de 1 (um) bilhão de reais ao mês!
Ora, ainda que se entenda a importância de termos um sistema financeiro
forte em nosso país, não existe qualquer justificativa para a manutenção das
altas taxas e dos altos juros cobrados pelos bancos.
É absurda e brutal a diferença do valor dos juros e da correção que os
bancos recebem e a que pagam aos seus clientes: - quando concedem empréstimos,
os juros são altíssimos e, por vezes, impagáveis, mas, quando pagam pelas
aplicações feitas pelos clientes, os juros são, na maioria das vezes,
irrisórios. Não há como compreender!
(*) Presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da
Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São
Paulo.
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