O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou, durante um evento realizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais, na última segunda-feira (29), que a desoneração da folha de pagamento pode ser discutida “caso a caso”.
Para o ministro, o debate não pode girar em torno de resultados numéricos. Ele disse ainda que está aberto a novas propostas, ao ser questionado sobre os resultados que desonera a folha de pagamento de quatro setores da economia brasileira, como os de confecção, calçados, móveis e programas de computadores.
Entretanto, Lupi ressaltou que a discussão não pode ser em torno de direitos adquiridos pelos trabalhadores. “Podemos discutir Imposto de Renda, IPI, ICMS. Mas não podemos sequer pensar em extinguir licença-maternidade, FGTS ou 13º salário”.
O mesmo argumento foi utilizado pelo ministro ao comentar a reforma trabalhista. “As regras para quem entra no mercado de trabalho precisam, sim, serem discutidas. Mas quem já está trabalhando dentro das atuais regras do jogo não pode perder os direitos, até porque estão pagando devidamente por isso. Precisamos separar direitos, de sobrecarga de impostos”.
Reforma previdenciária
Lupi aproveitou para esclarecer dúvidas sobre a reforma previdenciária. Para o ministro, as pensões e aposentadorias não podem ser consideradas um peso para a sociedade.
“Na verdade, são a galinha dos ovos de ouro. Cerca de 60% dos municípios do País vivem dos recursos de aposentados e pensionistas. Além disso, 30% desses beneficiados são chefes de família. Ou seja, não estamos falando de custos e sim de investimentos. Seria o mesmo que imaginar que investir em educação é custo. Precisamos de uma discussão sobre o que queremos da nossa Previdência, sem olhar apenas para números e cálculos.
O ministro também declarou que não é o momento de extinguir o imposto sindical, como havia sido acertado com as centrais sindicais. De acordo com ele, o combinado era que, juntos, eles encontrariam uma alternativa para extinguir o imposto, mas ainda não chegaram a um consenso. "Sem alternativas, não podemos extinguir. Senão, como viverão os sindicatos?”, questionou.
Emprego em 2011
Em relação ao cenário futuro, o ministro se mostrou otimista, já que o Brasil deverá fechar o ano de 2011 com recorde mínimo na taxa de desemprego, entre 5,5% e 5,7%. “Estamos quase no nível de pleno emprego”.
Lupi informou ainda que não vê, no médio prazo, fatores de “pressão inflacionária” e apostou ainda que a crise financeira internacional terá pouco impacto na economia do País: “Em 2009, tínhamos escassez de financiamento externo, que foi compensada pelos bancos públicos. Atualmente, esses financiamentos estão sendo plenamente compensados pelo alto índice de investimentos externos no País”.
Fonte: InfoMoney
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