quinta-feira, 8 de setembro de 2011

FUSÃO DA SADIA E PERDIGÃO AMEAÇA POSTOS DE TRABALHO!

A criação da BRF - Brasil Foods, resultado da fusão das empresas Sadia e Perdigão, recentemente autorizada pelo CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, começa a materializar aquilo que todas as organizações sindicais de trabalhadores sempre temem em todas as fusões desse porte, com a criação de uma grande empresa, o fechamento de fábricas e demissão de trabalhadores, como parte daquilo que as empresas classificam como uma reestruturação para otimização de recursos.
Em recente comunicado, a BRF anunciou a demissão de 50 trabalhadores de São Lourenço do Sul, na transformação da fábrica de laticínios ELEGÊ, de propriedade do grupo, em um posto de recebimento, o que fará com que a unidade permaneça apenas com 11 funcionários.
Segundo Darci Rocha, coordenador político da  Sala de Apoio da CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação e Afins, isso não é novidade para os trabalhadores, pois em outros processos de fusão autorizados pelo CADE, como no caso da AMBEV, o país assistiu o fechamento de fábricas e a demissão de milhares de trabalhadores para atender o interesse das empresas, sem que tenham sido levados em consideração o grave problema social causado.
-Não é de graça que a classe trabalhadora resiste a essas fusões e criações de "mega empresas", porque as consequências para os trabalhadores e para a população em geral são sempre nefastas, seja pelo monopólio imposto por esses grandes grupos que restringe o consumidor, provocando o fechamento de pequenas fábricas que não conseguem fazer concorrência a essas empresas gigantes, seja pela reestruturação imposta dentro do próprio grupo criado que leva em consideração apenas o que é melhor para o capital, sem se importar com o problema social que causa nas comunidades que tem fábricas fechadas, muitas das quais são a única fonte de emprego nestes municípios, fazendo com que os trabalhadores tenham de ir para outras localidades atrás de emprego. afirmou Darci!
-A CNTA, através do nosso Presidente, Artur Bueno de Camargo está buscando uma audiência junto ao Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para tentarmos reverter essa decisão da empresa, mas é lamentável que apesar de todos os avisos das entidades representativas da classe trabalhadora, esse tipo de fusão seja autorizada sem nenhum tipo de cobrança que as empresas tenham responsabilidade social, ainda mais quando sabemos que para essas fusões ocorrerem, é investido dinheiro público através do BNDES, e nada mais absurdo do que dinheiro público sendo usado contra o interesse público, para que um grupo privado possa ser beneficiado. concluiu Darci.
Por: Luiz Araújo

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