segunda-feira, 10 de setembro de 2012

TRABALHADORES DE FRIGORÍFICOS DO RS COMEMORAM AUMENTO ACIMA DA INFLAÇÃO!


Cerca de 3 mil funcionários da multinacional Marfrig Group foram beneficiados pela campanha salarial 2012 no Rio Grande do Sul. Além do reajuste de 14,75% no piso, acordo viabiliza transporte gratuito aos trabalhadores do setor

A intransigência dos frigoríficos por pouco não resultou em uma paralisação geral no Rio Grande do Sul (RS). Cerca de 3 mil funcionários da multinacional Marfrig Group rejeitaram proposta inicial de 8,8% de reajuste salarial e conquistaram, nessa quarta (05/09), 14,75% em acordo que garante ainda aumento no vale alimentação e transporte gratuito aos trabalhadores. As negociações da campanha salarial 2012 tiveram início em junho deste ano.

Sob ameaça de greve desde a última semana, trabalhadores das regiões de Bagé, Pelotas, Alegrete e São Gabriel reivindicaram aumento salarial com reposição da inflação e melhorias das condições de saúde, diante de cláusulas sociais.  “Realizamos diversas assembleias onde os trabalhadores rejeitaram uma proposta da empresa com salário baixo e estávamos nos preparando para instalar uma greve. A participação dos trabalhadores foi maciça e isso repercutiu na direção da empresa. Nessa segunda íamos parar as unidades de Alegrete e São Gabriel, com a participação de 1.700 trabalhadores, no entanto, a empresa cedeu e apresentou outra proposta que não atendeu 100% o interesse dos trabalhadores, mas atendeu o interesse da maioria“, afirma Darci Pires da Rocha, coordenador político da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), que coordenou as negociações com sindicatos locais e representantes patronais.

Segundo Darci, a principal preocupação dos trabalhadores foi atingir um índice com ganho real que superasse a inflação. Para ele, a mobilização dos trabalhadores foi determinante para a conquista que, segundo Darci, foi um dos maiores ganhos percentuais já vistos no Brasil. “Nós queríamos um mínimo de 10% para todos os trabalhadores de forma linear, que é um índice significativo já que temos uma inflação de 4,85%. Talvez essa tenha sido uma das negociações que atingiu maior ganho percentual do Brasil. Tivemos reajuste de 10% para os trabalhadores que ganham até R$ 2.000 e 14,75% no reajuste do piso (R$ 787,00)”, comemora Darci, que também destaca a garantia de transporte gratuito e o aumento do vale alimentação para R$ 115,00.


Frigoríficos sem regulamentação profissional

O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, elogiou a participação dos dirigentes sindicais e a unificação dos trabalhadores da região. No entanto, lembrou que o setor frigorífico ainda tem muito o que avançar, sobretudo, no que diz respeito às condições de saúde e segurança no trabalho. Nesta terça (11/09), representantes patronais e dos trabalhadores voltam a discutir com o governo a criação da Norma Regulamentadora dos Frigoríficos, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

“Foi comprovado que é possível avançar somente através das mobilizações. Para nós, da CNTA, é muito importante termos essa unidade e isso no futuro com certeza trará também melhores resultados na luta dos trabalhadores em busca de melhorias”, afirma.

Sobre a falta de avanço da construção da NR dos Frigoríficos, há mais de um ano em discussão no MTE, Artur não descarta a retomada da mobilização nacional para defender interesses gerais dos trabalhadores da categoria, como a redução da jornada de trabalho, a extinção das horas extras e a concessão de pausas para descanso de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho –  rejeitados pelo patronal ao longo das negociações.

“Espero realmente que essa próxima reunião traga uma proposta de consenso e que possa pelo menos amenizar um pouco os problemas de saúde e de acidentes de trabalho dentro dos frigoríficos, que são alarmantes. Se isto não acontecer, espero que o MTE cumpra seu papel e não fique refém dos empresários, que não querem avançar na melhoria das condições de trabalho”, diz.


Segundo a ata de negociação dos frigoríficos no RS, as principais cláusulas do acordo são:

Piso: R$ 787,00 (reajuste de 14,75%);
Piso Profissional: R$ 840,00 ( reajuste de 13,67%) ;
Reajuste: até R$ 2.000,00 10% retroativo a junho;
Acima de R$ 2.000,00 8,5% retroativo a junho;
Vale alimentação: R$ 115,00;
Vale transporte: Gratuito.




Assessoria de imprensa da CNTA
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Clarice Gulyas / claricegulyas@gmail.com

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