quarta-feira, 5 de setembro de 2012

AS ELEIÇÕES E AS CAMPANHAS ELEITORAIS!


Artur Bueno de Camargo (*)


            Estamos nos aproximando das eleições municipais e percebemos que os candidatos e as candidatas cada vez mais estão intensificando suas campanhas, utilizando as mídias e outros meios conforme suas possibilidades. É evidente a desigualdade existente!
Podemos observar que a “criatividade” dos partidos, para apresentação de seus candidatos e de suas candidatas, muitas vezes foge, totalmente, do objetivo a que se destina uma campanha política. Toda campanha deveria servir para que eles demonstrassem, aos eleitores, o seu conhecimento sobre os problemas existentes, e as propostas de projetos que pretendem desenvolver, no cargo que disputam.
Colocamos duas importantes questões para reflexão dos leitores deste jornal.
Em primeiro lugar, com relação ao financiamento das campanhas, sabemos que atualmente é liberado para que os partidos políticos e seus candidatos busquem financiamento com as empresas privadas e pessoas físicas, sendo certo que não existe limite para arrecadação. Em razão disso, não há comprometimento do partido ou dos candidatos e das candidatas, com o bem estar da sociedade, que muitas vezes, quando eleitos, atuam a serviço de interesses particulares, ou seja, dos financiadores de suas campanhas.
Ora, a sociedade já contribui com uma parcela significativa para os partidos políticos e seus candidatos, pois cada partido recebe, por mês, um determinado valor proveniente de verba pública (dinheiro do povo, da sociedade). Os partidos sequer pagam a propaganda eleitoral obrigatória, que é transmitida pelas emissoras de rádio ou de televisão! E no final das contas, a sociedade ainda se vê diante de uma avalanche de programas que não servem para o fim a que se destinam, pois tudo é feito de forma enganosa e sem o propósito de informar com clareza e honestidade.
A segunda questão refere-se à forma como os candidatos e as candidatas aos cargos legislativos se apresentam, uma vez que o tempo, para alguns, é tão curto que mal conseguimos identificar a pessoa que está sendo apresentada. Os eleitores precisam de mais informações, e de preferência, de forma transparente e séria, para poder melhor avaliar e decidir em quem votar.
Diante disso, colocamos as seguintes perguntas para juntos refletirmos: será que não seria mais correto haver somente financiamento público das campanhas, com verbas iguais aos candidatos e às candidatas? E não seria mais proveitoso que os candidatos e as candidatas tivessem, por exemplo, apenas duas apresentações nas rádios e televisões, uma no início e outra no final da campanha, mas com tempo suficiente para se identificarem melhor e apresentarem suas propostas?
           
(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo.

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