terça-feira, 11 de setembro de 2012

O NÓ DA DESIGUALDADE SOCIAL!


O nó da desigualdade social
Artur Bueno de Camargo (*)

Todos os candidatos que concorrem a cargos políticos, quer seja aqui no
Brasil, ou em qualquer outro país com regime capitalista, fazem muitas promessas e uma que muito se destaca é a do combate à desigualdade social.
Nós, eleitores, reconhecemos as enormes dificuldades pelas quais devem passar aqueles que querem implantar políticas sustentáveis, para alcançar a igualdade social. Não é por falta de a população tentar mudar! Já elegemos candidatos e candidatas com os mais diversos perfis, tanto para a presidência da república, quanto para os governos dos estados e para as prefeituras dos municípios, assim como para os cargos legislativos, em nosso país.
            Então, qual a razão, ou as razões, para que cada vez mais, em nosso país, a riqueza se concentre nas mãos de uma minoria, enquanto a maioria da população fica com a menor fatia?
            A ONU (Organização das Nações Unidas) publicou em seu relatório que o Brasil é o 4º (quarto) país mais desigual de uma região, a América Latina, que é a mais desigual do mundo. O Brasil só não é mais desigual do que a Guatemala, Honduras e Colômbia, segundo o relatório acima referido. Na América Latina, a taxa de pobres, nos últimos 20 (vinte) anos, até 2009 caiu de 48% para 33%, de acordo com o relatório da ONU. Mesmo assim, o Brasil continua com uma taxa de 22% de pobres, enquanto a Argentina, o Chile e o Uruguai têm uma taxa de 12%.
            Todas as políticas públicas de combate à fome, fornecimento gratuito de medicamentos, renda mínima, bolsa família (complementada ou não) ajudam, mas não são políticas sustentáveis, e muito menos de combate à desigualdade social.
            Entendemos que o combate à desigualdade começa pela política de proporcionar igualdade de oportunidades, na educação, por exemplo, da creche à universidade ou na saúde, desde o pré-natal da gestante e até a idade de acompanhamento ao geriatra. É preciso criar políticas que fortaleçam as representações dos trabalhadores e que o governo passe a exigir a contrapartida das empresas que são beneficiadas com isenções de impostos e com dinheiro público.
            Acreditamos que estas iniciativas devem começar pelos representantes dos municípios, a fim de fomentarem políticas que irão viabilizar a implantação, das mesmas iniciativas, nos estados e na União. A força que criará este movimento está nos municípios, que é onde estão os eleitores!
            Este é um importante momento para cobrarmos, dos candidatos, propostas de projetos que efetivamente possam ajudar a desatar o nó da desigualdade social em nossos municípios, em nossos estados e em nosso país. É possível!


(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo.

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