segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PESQUISA DE SAÚDE EM ALEGRETE!


Alegrete 16 de dezembro de 2010


PROJETO TEIIAS



Lançada ,no dia 14 e 15 ,de dezembro, no Sindicato da Alimentação de Alegrete (rua Alonso de Medeiros ,Nº. 155 ), pesquisa para avaliar a saúde do trabalhadores do frigorífico em Alegrete.
conforme pesquisa realizada no ano de 2007 apontou “conjunto sinistro” no setor da alimentação . Entre os principais problemas apontados estão o excesso de barulho, frio, umidade, risco de quedas, posição de trabalho que ignoravam regras ergonômicas, repetição excessiva de movimentos, exigência constante de rapidez (assédio moral) e o trabalho com o uso proeminente de uma das mãos. 
O trabalho - denominado TEIIAS- TRAÇANDO ESTRATÉGIAS INTEGRADAS NA INDÚSTRIA DA ALIMENTAÇÃO SOBRE SEGURANÇA NO TRABALHO - é um esforço conjunto da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins (CNTA), Sindicato da Alimentação de Alegrete, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Instituto Itapuy.
Os questionários utilizados no Projeto TEIIAS começaram a serem aplicados em trabalhadores (ativos e inativos). 
Além de Alegrete, estão sendo aplicadas pesquisas nos principais frigoríficos de carne bovina nas cidades de Bagé, Pelotas, São Gabriel, 
A pesquisa anterior apontou a alarmante quantidade de 83% de trabalhadores pesquisados que afirmavam sentir dores constantes (crônicas).
“ Queremos atualizar informações, não apenas para continuar o monitoramento dos trabalhadores e verificar se as ações propostas geraram algum efeito, mas também porque a pesquisa precisa ser instrumento político de construção dos argumentos por parte das direções sindicais da base da CNTA”, explica o sociólogo Paulo Albuquerque, um dos organizadores da pesquisa.
Para ele é fundamental atualizar o diagnóstico das condições de trabalho impostas aos trabalhadores e identificar novamente os pontos críticos das condições de trabalho nos frigoríficos que fizeram parte da pesquisa, bem como verificar se novos riscos aparecerem ou se antigos problemas foram solucionados.



Pesquisa ouve relatos dramáticos



A pesquisa já foi iniciada em algumas regiões no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores ouviram narrativas dramáticas de trabalhadores que ficaram impossibilitados de trabalhar ainda jovens. Os depoimentos mostram um universo sombrio em que não faltam excesso de jornada, esforço físico repetitivo, acidentes, não emissão de CAT e assédio moral. 
É o caso de Claiton Hernandes de Hernandes que sofre doenças de esforço repetitivo (LER/DORT) em frigorífico de Pelotas. Casado, com pouco mais de 28 anos, ele está próximo de uma aposentadoria precoce. “ Sinto dores fortíssimas. Se me deito, sinto dor, se fico em pé não demora dez minutos tenho que sentar. Estou há quase um ano encostado na previdência”, lamentou.
Perguntado sobre o que é o bem viver, ele responde que são coisas simples como poder trabalhar e chegar ao final do dia com capacidade de fazer aquilo que se gosta. “ A pressão dentro da empresa é grande mas é preciso que os trabalhadores fiquem alertas. Não devem trabalhar além das forças. A gente precisa do emprego, mas a saúde deve ser respeitada para que se tenha um futuro saudável”, alerta Hernandes.
O resultado da pesquisa anterior demonstrou um estado de epidemia generalizada entre os trabalhadores da área no que se refere a doenças de esforço repetitivo (LER/DORT), bem como um “conjunto sinistro” de condições de trabalho dentro das empresas que propiciam uma significativa diminuição na qualidade de vida dos trabalhadores.
O trabalhador Gilnei Ferraz Gonçalves, igualmente afastado do trabalho, diz que a sua rotina no frigorífico era infernal com excesso de barulho, frio, umidade, risco de quedas, posição de trabalho que ignoravam regras ergonômicas, repetição excessiva de movimentos, exigência constante de rapidez (assédio moral) e o trabalho com o uso desgastante de uma das mãos.
Ele reclama da postura das empresas, que se negam a emitirem a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). “ Temos que pagar pelo tratamento fora da empresa. O médico da empresa parece não reconhecer a nossa dor, mesmo quando apresentamos atestados de médicos de proibirem o trabalhador de executar uma tarefa.”, garante Gonçalves.



CNTA quer o monitoramento contínuo das condições de trabalho no setor



De acordo com o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins (CNTA), Darci Pires da Rocha este Projeto de pesquisa busca identificar e apontar quais as lesões mais comuns apresentadas pelos trabalhadores, bem como quais os setores e o impacto do ambiente de trabalho, da organização de trabalho dos frigoríficos nestas lesões.
Ele lembra que o resultado da pesquisa anterior demonstrou um estado de epidemia generalizada entre os trabalhadores da área no que se refere a doenças de esforço repetitivo (LER/DORT), que propiciam uma significativa diminuição na qualidade de vida dos trabalhadores.
“ O trabalho, realizado pelas universidades, apontou excesso de barulho, frio, umidade, risco de quedas, posição de trabalho que ignoravam regras ergonômicas, repetição excessiva de movimentos, exigência constante de rapidez (assédio moral) e o trabalho com o uso proeminente de uma das mãos", lembra.
Diante de tal situação, foram sugeridas propostas para reverter este quadro, entre elas o monitoramento contínuo das condições de trabalho no setor. " É preciso que sejam atacadas as causas que provocam o sofrimento físico e mental para um enorme contingente dos trabalhadores dos frigoríficos”.



Ética médica



Marcos Rosse informa que em Alegrete existem muitas situações com problemas de saúde (LER/DORT) que alem de serem pouco avaliadas pelo medico da empresa também existe o problema rejeição de atestado emitido por medico da rede publica entendendo que ele médico da empresa tem superioridade sobre os demais inclusive com gracinhas e deboche de que os trabalhadores então fingindo estar doente. E até mesmo orientando suas demissões 
Darci Pires da Rocha lamentou a postura das empresas, que se negam a emitirem a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). “ É comum, inclusive, o Médico da empresa não abonar o atestado do médico do sindicato ou da rede pública, desrespeitando a ética médica.”



Marcos Rosse- Presidente do Sindicato da Alimentação de Alegrete



materia escrita por Paulo Otávio Pinho
Editora Enfoque 
53 91022673

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