Por: Darci Pires da Rocha (*)
Todos os anos, sempre que se aproxima a data base de alguma categoria, o que não faltam são notícias enumerando as dificuldades patronais com o desempenho dos diversos setores, no ramo da alimentação não é diferente.
Poderia enumerar diversos exemplos como a gripe aviária e a crise internacional, que serviram como justificativas para medidas de “ajustes”, demissões e de reajustes bem inferiores aos anseios dos trabalhadores por parte das empresas. Esse ano, especificamente no Rio Grande do Sul, a bola da vez é a seca.
É só abrir os noticiários, e logo temos notícias de que a previsão de crescimento do setor agropecuário e da economia do próprio estado, para esse ano, é menor que a do ano anterior.
Em relação ao setor do arroz, embora todas as notícias falem em redução da safra em relação ao ano passado, que foi um ano de safra recorde, está claro que haverá crescimento! Somado a isso, se contarmos que o governo federal investiu 737 milhões e adotou medidas para garantir o preço e a comercialização do produto, potencializando o setor, sem dúvida, a indústria do arroz não tem do que se queixar.
A verdade, é que os trabalhadores sim têm motivos de sobra para não estarem nada satisfeitos com os salários pagos pelas indústrias, e como não haverá medidas governamentais de incentivo a um preço justo dos salários, cabe aos sindicatos de trabalhadores da alimentação do Rio Grande do Sul reivindicar um reajuste compatível a um setor que responde por mais de 65% da produção de arroz nacional e não se deixar influenciar pela velha e conhecida “choradeira” patronal, porque esse ano é a seca, como ano passado foi à crise e ano que vem será outra desculpa qualquer.
(*) Vice-Presidente do STICAP – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Pelotas e Região e Coordenador político da sala de apoio da CNTA aos sindicatos de trabalhadores da alimentação da região sul.
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