Contando com um público bastante expressivo, que contou com representantes da CUT, Força Sindical, CTB e da Nova Central Sindical, além de lideranças dos movimentos sociais e sindical, principalmente do ramo da alimentação, como os integrantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeria - SP, do STIA Alegrete, Bagé, Camaquã, Estrela, Alimentação Porto Alegre, Panificação Porto Alegre, Passo Fundo, Pelotas, Santo Ângelo e São Gabriel, a oficina realizada neste dia 27 de janeiro de 2012, no auditório da FECOSUL pela CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, promoveu um grande debate a cerca do tema "A crise capitalista neoliberal e o papel dos trabalhadores no fortalecimento da economia brasileira.
A atividade integrante do programa do Fórum Social Temático 2012 que aconteceu em Porto Alegre contou com a coordenação de Darci Rocha, coordenador político da sala de apoio da CNTA para a região sul, tendo como palestrantes Altamiro Borges, do Centro de Estudos Sindicais, Antonio Lima, integrante do MTD - Movimento dos Trabalhadores Desempregados e Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA.
Na abertura, Guiomar Vidor, presidente da FECOSUL saudou a todos os participantes e ressaltou a importância do tema em debate para a classe trabalhadora.
-Só através de um debate qualificado, os trabalhadores poderão compreender os desafios postos a classe trabalhadora e o principal deles, é buscar a unidade, colocando nossas divergências de lado, pois a divisão só enfraquece a luta de todos. Falou Guiomar!
Altamiro Borges fez uma breve análise da crise internacional, ressaltando que, para alguns economistas, é a pior crise já vivida pelo capitalismo. Sobre o papel dos trabalhadores, ele fez questão de ressaltar a importância da luta do movimento sindical brasileiro no momento que atravessa o Brasil.
-O movimento sindical e os trabalhadores tiveram papel decisivo no bom momento econômico vivido pelo Brasil, afinal a luta pela valorização do salário mínimo, por exemplo, é de quem? Não tenho as respostas sobre o que o movimento sindical deve fazer na luta pela transformação da sociedade, isso cabe a vocês, mas penso que está na hora de olharmos além da nossa luta cotidiana, não deixar de faze-la, mas ir além, lutando por reformas estruturais no nosso país, como a reforma urbana, a reforma tributária e por uma integração latino-americana pois isso é fundamental na luta pelas transformações sociais que tanto queremos-disse Altamiro.
Sobre a estrutura sindical brasileira, Altamiro fez questão de dizer - Nossa estrutura tem problemas, é verdade! E cabe a nós melhora-la, mas ainda assim, é de longe o melhor modelo que existe, e a Europa é uma prova disso, por tanto, não somos nós que devemos copiar ninguém!
Antonio Lima do MTD falou sobre o atual momento em que vivem os trabalhadores no Brasil, ressaltando que estamos entrando em um período diferenciado da história operária.
-Saímos de um período de refluxo da luta, no momento mais agudo do neoliberalismo, para um período de perplexidade diante de um governo dos trabalhadores, sem saber direito como agir, as vezes até esperando que o fato de haver um presidente operário no poder, ele sozinho conseguisse resolver todos os problemas. Agora estamos entrando em um período em que os trabalhadores, principalmente essa massa de jovens trabalhadores começam a despertar para a luta de seus direitos, por isso formação sindical e política para que tenhamos uma classe unida passa ser fundamental! afirmou Antonio!
Artur Bueno de Camargo iniciou sua fala perguntando aos presentes se a crise capitalista nos garante um caminho rumo a uma sociedade socialista? Concordando com Altamiro Borges, Artur disse que não tem a resposta, mas afirmou que está na mão da classe trabalhadora e na sua capacidade de luta a chance de conquistas e de avanços.
-Não será fragmentando o movimento sindical que iremos avançar, ao contrário, precisamos nos unir, cada vez mais, se quisermos, realmente, ter a capacidade de buscarmos uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Precisamos ter mais espaços como este, com debates qualificados, para que possamos tirar ações conjuntas, pois só assim conquistaremos avanços de direitos para os trabalhadores. declarou Artur!
A seguir, o coordenador da atividade abriu espaço para perguntas dos presentes que, após respondidas, contou com as considerações finais dos integrantes da mesa.
Ao final, Darci Rocha agradeceu em nome da CNTA a presença de todos!
Por: Luiz Araújo