quarta-feira, 20 de agosto de 2014

FECHAMENTO DA PLANTA INDUSTRIAL EM ALEGRETE PELA MARFRIG!

CNTA E STIA ALEGRETE REÚNEM-SE COM A CASA CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL E PEDEM APOIO DO GOVERNO CONTRA O FECHAMENTO DA UNIDADE INDUSTRIAL!

Em reunião realizada com o Secretário chefe da casa civil, Flávio Helmann, as lideranças do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Alegrete, Marcos Rosse e Terezinha Soltau, além dos integrantes da sala de apoio da CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, Darci Rocha e Luiz Araújo, para tratar da questão envolvendo a intenção a intenção da empresa Marfrig em promover o fechamento da unidade industrial de Alegrete, com a consequente demissão de 680 trabalhadores.
As lideranças que representam os trabalhadores da alimentação daquela cidade, levaram ao conhecimento do governo do estado a preocupação com a posição adotada pela empresa.
Em um documento do qual tanto a Confederação Nacional como do Sindicato dos Trabalhadores local foram signatários, as lideranças dos trabalhadores colocaram sua posição de inconformidade quanto ao fechamento daquela planta frigorífica:

Ao Ilmo Sr. Flávio Helmann

MD Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Porto Alegre - RS


                                               Ilmo Sr.

                                               Vimos por intermédio deste solicitar a intervenção do Governo do Estado do Rio Grande do Sul no sentido de impedir o fechamento da unidade industrial frigorífica de Alegrete, com a perda de 680 postos de trabalhos diretos, além de um prejuízo social e econômico incalculável para o município e para a região.
                                               Infelizmente, dia 15 de agosto de 2014, fomos surpreendidos com um comunicado da empresa Marfrig que, a partir do dia 1º de setembro de 2014, estará encerrando as atividades da unidade industrial de Alegrete, onde hoje, conta com 680 trabalhadores que serão demitidos, sendo que, ainda segundo o comunicado da empresa, essa unidade industrial ficará fechada até o final de 2015 onde, de acordo com seus interesses, a empresa poderá retomar ou não as atividades.
                                               Claramente, trata-se de uma situação onde o interesse privado, mais uma vez, tenta se sobrepor ao interesse coletivo, uma vez que em busca da resolução de seus problemas logísticos, uma empresa que conta com vultuosos financiamentos públicos das esferas federal e estadual, com o compromisso de geração de emprego e renda, não tem o mínimo pudor em afetar a vida das famílias que direta ou indiretamente dependem daquele empreendimento, sem falar na questão dos impostos gerados cujo impacto para a vida do município é bastante significativo, além do incalculável prejuízo a cadeia produtiva da carne, o que, além de atentar com o interesse público local, tem alta relevância em uma atividade em que várias vezes o próprio governo estadual classificou como estratégica, ao ponto de manter um programa de renuncia fiscal como o Agregar Carnes, cuja referida empresa é altamente beneficiada nas suas diversas plantas espalhadas pelo Rio Grande do Sul.
                                               Queremos deixar muito claro que não trata-se de discutir a decisão de uma empresa privada conforme tem sido colocado pela direção da empresa, para os trabalhadores nas indústrias da alimentação e seus representantes, o que a Marfrig faz com seu patrimônio e seu próprio capital é um problema que diz respeito a seus dirigentes e seus acionistas. No entanto, partiu desta empresa a busca de auxílio de recursos públicos através do BNDES, cujo valor segundo a mídia amplamente tem divulgado, gira em torno de 2,5 bilhões de reais. Sendo esses recursos, na sua maioria, oriundos do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador, as lideranças signatárias, como legítimas representantes dos trabalhadores nas indústrias da alimentação de Alegrete e do Brasil, não admitirão serem manipulados ou mesmo se submeterem ao interesse privado, assistindo de braços cruzados que recursos públicos sejam usados para prejuízo coletivo, apenas porque uma empresa que na hora em que necessita do financiamento público fala em compromisso social e em soluções coletivas, mas quando não interessa, invoca sua condição de empreendimento privado.
                                               Diante do aqui exposto, os trabalhadores nas indústrias da alimentação e seus legítimos representantes sindicais vem solicitar ao governo do estado do Rio Grande do Sul que tomem um posicionamento em defesa do interesse social e coletivo, apoiando nossa reivindicação pela continuidade de pleno funcionamento daquela unidade industrial. Se a solução será com a atual empresa ou com outra parceria, nos é indiferente, desde que os trabalhadores e uma comunidade inteira não sejam sacrificados para atender o interesse particular.
                                               Deixamos clara assim nossa posição contrária a atitude adotada pela Marfrig e nossa disposição na defesa intransigente dos interesses dos trabalhadores, se necessário, levando ao conhecimento público, nacional e internacional através da UITA - União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, a qual nossa Confederação é filiada, para que cada parceiro comercial saiba a maneira como o produto da Marfrig chega ao consumidor do mundo inteiro.
                                               Na certeza de uma solução negociada através do governo do estado, o qual temos certeza, é comprometido com o interesse da classe trabalhadora, reiteramos nossos votos de consideração e apreço.


Atenciosamente


MARCOS ANTONIO ROSSE                         DARCI PIRES DA ROCHA
   Presidente STIA Alegrete                              Coord. Sala de apoio CNTA

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