O
nó da desigualdade social
Artur Bueno de Camargo (*)
Todos os candidatos que concorrem a
cargos políticos, quer seja aqui no
Brasil, ou em qualquer outro país com regime capitalista, fazem muitas promessas e uma que muito se destaca é a do combate à desigualdade social.
Brasil, ou em qualquer outro país com regime capitalista, fazem muitas promessas e uma que muito se destaca é a do combate à desigualdade social.
Nós, eleitores, reconhecemos as enormes
dificuldades pelas quais devem passar aqueles que querem implantar políticas
sustentáveis, para alcançar a igualdade social. Não é por falta de a população
tentar mudar! Já elegemos candidatos e candidatas com os mais diversos perfis,
tanto para a presidência da república, quanto para os governos dos estados e
para as prefeituras dos municípios, assim como para os cargos legislativos, em
nosso país.
Então, qual a razão, ou as razões,
para que cada vez mais, em nosso país, a riqueza se concentre nas mãos de uma
minoria, enquanto a maioria da população fica com a menor fatia?
A ONU (Organização das Nações
Unidas) publicou em seu relatório que o Brasil é o 4º (quarto) país mais
desigual de uma região, a América Latina, que é a mais desigual do mundo. O
Brasil só não é mais desigual do que a Guatemala, Honduras e Colômbia, segundo
o relatório acima referido. Na América Latina, a taxa de pobres, nos últimos 20
(vinte) anos, até 2009 caiu de 48% para 33%, de acordo com o relatório da ONU.
Mesmo assim, o Brasil continua com uma taxa de 22% de pobres, enquanto a
Argentina, o Chile e o Uruguai têm uma taxa de 12%.
Todas as políticas públicas de
combate à fome, fornecimento gratuito de medicamentos, renda mínima, bolsa
família (complementada ou não) ajudam, mas não são políticas sustentáveis, e
muito menos de combate à desigualdade social.
Entendemos que o combate à
desigualdade começa pela política de proporcionar igualdade de oportunidades,
na educação, por exemplo, da creche à universidade ou na saúde, desde o
pré-natal da gestante e até a idade de acompanhamento ao geriatra. É preciso
criar políticas que fortaleçam as representações dos trabalhadores e que o
governo passe a exigir a contrapartida das empresas que são beneficiadas com
isenções de impostos e com dinheiro público.
Acreditamos que estas iniciativas
devem começar pelos representantes dos municípios, a fim de fomentarem
políticas que irão viabilizar a implantação, das mesmas iniciativas, nos estados
e na União. A força que criará este movimento está nos municípios, que é onde
estão os eleitores!
Este é um importante momento para
cobrarmos, dos candidatos, propostas de projetos que efetivamente possam ajudar
a desatar o nó da desigualdade social em nossos municípios, em nossos estados e
em nosso país. É possível!
(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas
Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da Federação dos
Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo.
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