Artur Bueno de Camargo (*)
Estamos nos aproximando das eleições
municipais e percebemos que os candidatos e as candidatas cada vez mais estão
intensificando suas campanhas, utilizando as mídias e outros meios conforme
suas possibilidades. É evidente a desigualdade existente!
Podemos observar que a “criatividade” dos partidos, para apresentação de
seus candidatos e de suas candidatas, muitas vezes foge, totalmente, do
objetivo a que se destina uma campanha política. Toda campanha deveria servir
para que eles demonstrassem, aos eleitores, o seu conhecimento sobre os
problemas existentes, e as propostas de projetos que pretendem desenvolver, no
cargo que disputam.
Colocamos duas importantes questões para reflexão dos leitores deste
jornal.
Em primeiro lugar, com relação ao financiamento das campanhas, sabemos
que atualmente é liberado para que os partidos políticos e seus candidatos busquem
financiamento com as empresas privadas e pessoas físicas, sendo certo que não
existe limite para arrecadação. Em razão disso, não há comprometimento do
partido ou dos candidatos e das candidatas, com o bem estar da sociedade, que
muitas vezes, quando eleitos, atuam a serviço de interesses particulares, ou
seja, dos financiadores de suas campanhas.
Ora, a sociedade já contribui com uma parcela significativa para os
partidos políticos e seus candidatos, pois cada partido recebe, por mês, um
determinado valor proveniente de verba pública (dinheiro do povo, da sociedade).
Os partidos sequer pagam a propaganda eleitoral obrigatória, que é transmitida
pelas emissoras de rádio ou de televisão! E no final das contas, a sociedade
ainda se vê diante de uma avalanche de programas que não servem para o fim a
que se destinam, pois tudo é feito de forma enganosa e sem o propósito de
informar com clareza e honestidade.
A segunda questão refere-se à forma como os candidatos e as candidatas
aos cargos legislativos se apresentam, uma vez que o tempo, para alguns, é tão
curto que mal conseguimos identificar a pessoa que está sendo apresentada. Os
eleitores precisam de mais informações, e de preferência, de forma transparente
e séria, para poder melhor avaliar e decidir em quem votar.
Diante disso, colocamos as seguintes perguntas para juntos refletirmos: será
que não seria mais correto haver somente financiamento público das campanhas,
com verbas iguais aos candidatos e às candidatas? E não seria mais proveitoso
que os candidatos e as candidatas tivessem, por exemplo, apenas duas
apresentações nas rádios e televisões, uma no início e outra no final da
campanha, mas com tempo suficiente para se identificarem melhor e apresentarem
suas propostas?
(*) Presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da
Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São
Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário