quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O MENSALÃO E AS ELEIÇÕES!


Artur Bueno de Camargo (*)

Estamos presenciando um dos julgamentos de maior repercussão em nosso país, que envolve 36 (trinta e seis) pessoas e o Partido dos Trabalhadores – PT.
            Os Ministros do Supremo Tribunal Federal – STF, que iniciaram o julgamento neste mês de agosto, têm de um lado a sociedade com pressa na conclusão, e de outro lado, o Partido dos Trabalhadores que não quer, de forma nenhuma, a conclusão antes das próximas eleições municipais.
            Mas, acreditamos que independente de quando o processo será concluído, o mais importante é que seja feita justiça, que os devedores paguem pelos seus crimes e que os inocentes sejam absolvidos, sem méritos ou deméritos em razão de posição que tenham ocupado, ou ocupem no Partido ou no Governo.
            Por outro lado, nós eleitores, precisamos separar o joio do trigo. O fato do escândalo chamado de “mensalão” estar ligado ao PT, e ter ocorrido no governo do Presidente Lula, não significa que todas as pessoas que estão no partido, e no governo, sejam suspeitas de envolvimento.
            Agora, uma coisa está muita clara para a sociedade e para todos os cidadãos deste país, quando o Presidente Lula diz que “não sabia de nada” em relação ao que acontecia no seu partido (PT), como também afirma que “não sabia” o que ocorria na Casa Civil, em seu governo, durante todo o período em que se deu o denominado “mensalão”, está subestimando a inteligência de todos, afinal, ele sempre se demonstrou um governante e político que possuía o controle da situação.
            Ainda que admitíssemos a remota hipótese do desconhecimento afirmado pelo Presidente Lula, caberia a ele, em nome da ética, assumir esta responsabilidade!
            A estratégia utilizada pelo Partido dos Trabalhadores, tentando diminuir a importância do processo que está no STF, ao afirmar que as pessoas que estão acompanhando o julgamento pela mídia (TV, internet, jornais, revistas, rádio etc.) não têm o que fazer é, no mínimo, desrespeitosa com a população que tem o direito, e o dever, de acompanhar os destinos daqueles que, de uma forma ou de outra, faltaram com a ética, e, provavelmente, desviaram verbas públicas.
            O mínimo que esperamos de um partido político é a transparência e o respeito, especialmente quando se trata do partido que se encontra no mais alto cargo do governo, dirigindo os destinos de todo o povo brasileiro.

(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo.

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