Artur Bueno de Camargo (*)
Estamos
presenciando um dos julgamentos de maior repercussão em nosso país, que envolve
36 (trinta e seis) pessoas e o Partido dos Trabalhadores – PT.
Os Ministros do Supremo Tribunal
Federal – STF, que iniciaram o julgamento neste mês de agosto, têm de um lado a
sociedade com pressa na conclusão, e de outro lado, o Partido dos Trabalhadores
que não quer, de forma nenhuma, a conclusão antes das próximas eleições
municipais.
Mas, acreditamos que independente de
quando o processo será concluído, o mais importante é que seja feita justiça,
que os devedores paguem pelos seus crimes e que os inocentes sejam absolvidos,
sem méritos ou deméritos em razão de posição que tenham ocupado, ou ocupem no
Partido ou no Governo.
Por outro lado, nós eleitores,
precisamos separar o joio do trigo. O fato do escândalo chamado de “mensalão”
estar ligado ao PT, e ter ocorrido no governo do Presidente Lula, não significa
que todas as pessoas que estão no partido, e no governo, sejam suspeitas de
envolvimento.
Agora, uma coisa está muita clara
para a sociedade e para todos os cidadãos deste país, quando o Presidente Lula
diz que “não sabia de nada” em relação ao que acontecia no seu partido (PT),
como também afirma que “não sabia” o que ocorria na Casa Civil, em seu governo,
durante todo o período em que se deu o denominado “mensalão”, está subestimando
a inteligência de todos, afinal, ele sempre se demonstrou um governante e
político que possuía o controle da situação.
Ainda que admitíssemos a remota
hipótese do desconhecimento afirmado pelo Presidente Lula, caberia a ele, em
nome da ética, assumir esta responsabilidade!
A estratégia utilizada pelo Partido
dos Trabalhadores, tentando diminuir a importância do processo que está no STF,
ao afirmar que as pessoas que estão acompanhando o julgamento pela mídia (TV,
internet, jornais, revistas, rádio etc.) não têm o que fazer é, no mínimo,
desrespeitosa com a população que tem o direito, e o dever, de acompanhar os destinos
daqueles que, de uma forma ou de outra, faltaram com a ética, e, provavelmente,
desviaram verbas públicas.
O mínimo que esperamos de um partido
político é a transparência e o respeito, especialmente quando se trata do
partido que se encontra no mais alto cargo do governo, dirigindo os destinos de
todo o povo brasileiro.
(*) Presidente da Confederação
Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA) e
vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do
Estado de São Paulo.
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