segunda-feira, 15 de agosto de 2011

SINDICATOS DA ALIMENTAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL PARTICIPAM DE ASSEMBLÉIA NACIONAL DO SETOR DE FRIGORÍFICOS PROMOVIDA PELA CNTA!

Realizada no dia 11 de agosto, no Clube Estoril na Cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a assembléia nacional do setor de frigoríficos promovida pela CNTA contou com a presença expressiva de trabalhadores, entidades nacionais e da delegação de Sindicatos do Rio Grande do Sul,  Alegrete ,Bagé, Pelotas,Camaquã, Passo Fundo, Santo Ângelo, Estrela, Venâncio Aires juntamente com a coordenação da sala de apoio da CNTA para a região sul.

Na pauta de reivindicação aprovada, entre os principais ítens estão um piso nacional de R$ 1.000,00, jornada de trabalho de 36 horas semanais e a aprovação de uma Norma Regulamentadora das condições de trabalho e saúde específica para o setor.
Segundo o Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins, Arthur Bueno de Camargo, a pauta aprovada deverá ser encaminhada a CNI - Confederação Nacional das Indústrias para que sejam abertas as negociações.
Tenho esperanças de um retorno positivo a partir das negociações que serão iniciadas na próxima semana. para que não precisemos chegar a uma greve geral, devido as condições insustentáveis do setor -  "Essa greve irá causar impactos nacional e internacional. Então esperamos que não haja a necessidade de chegarmos a esse ponto. Mas se for necessário, nós estamos preparados para fazer a mobilização geral”, alerta Artur. 
Durante a assembléia diversas autoridades manifestaram-se solidárias ao movimento dos trabalhadores.
Para o superintendente regional do Trabalho de MS, Anízio Pereira Tiago, a situação é preocupante.  Segundo ele, o Brasil pode estar deixando ir pelo ralo até 4% do PIB com a falta de prevenção e cuidados com a saúde do trabalhador. “Quando você pega toda essa força de trabalho que deixa de produzir, o PIB não cresce na velocidade que deveria crescer, que está contratado e comprometido com a Seguridade Social, que é o custeio da saúde com essas pessoas afastadas e a indenização por morte e invalidez por trabalho. O PIB corrente do ano passado foi de R$ 3 trilhões 765 bi. E esses 4% significam R$ 147 bi”, critica.
De acordo com o procurador regional do Trabalho da 24ª Região, Hiran Sebastião Meneghelli, uma das principais dificuldades enfrentadas pela categoria na Justiça diz respeito à concessão de intervalos. Apesar de a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prever o descanso de 20 minutos a cada 1h 40 de trabalho aos trabalhadores expostos a baixas temperaturas, brechas legais favorecem o interesse das empresas. 
“Eles (patrões) perguntam como parar a esteira de produção durante 20 minutos e, ao mesmo tempo, obedecer a norma da Vigilância Sanitária de transportar a carne até a câmara frigorífica em poucos minutos. Só que esse é um argumento falacioso que poderia ser solucionado com uma turma de revezamento. Eles também alegam que a CLT fala de ambientes artificialmente frios e, na interpretação das empresas, são só as câmaras frigoríficas, onde a carne é congelada. Isso é minoria e representa só os trabalhadores que transportam a carne para dentro dessas câmaras”, disse.
Por: Luiz Araújo com dados da Media House Comunicação e fotos de Marcos Rosse.

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