Realizada no dia 11 de agosto, no Clube Estoril na Cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a assembléia nacional do setor de frigoríficos promovida pela CNTA contou com a presença expressiva de trabalhadores, entidades nacionais e da delegação de Sindicatos do Rio Grande do Sul, Alegrete ,Bagé, Pelotas,Camaquã, Passo Fundo, Santo Ângelo, Estrela, Venâncio Aires juntamente com a coordenação da sala de apoio da CNTA para a região sul.
Na pauta de reivindicação aprovada, entre os principais ítens estão um piso nacional de R$ 1.000,00, jornada de trabalho de 36 horas semanais e a aprovação de uma Norma Regulamentadora das condições de trabalho e saúde específica para o setor.
Segundo o Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins, Arthur Bueno de Camargo, a pauta aprovada deverá ser encaminhada a CNI - Confederação Nacional das Indústrias para que sejam abertas as negociações.
Tenho esperanças de um retorno positivo a partir das negociações que serão iniciadas na próxima semana. para que não precisemos chegar a uma greve geral, devido as condições insustentáveis do setor - "Essa greve irá causar impactos nacional e internacional. Então esperamos que não haja a necessidade de chegarmos a esse ponto. Mas se for necessário, nós estamos preparados para fazer a mobilização geral”, alerta Artur.
Durante a assembléia diversas autoridades manifestaram-se solidárias ao movimento dos trabalhadores.
Para o superintendente regional do Trabalho de MS, Anízio Pereira Tiago, a situação é preocupante. Segundo ele, o Brasil pode estar deixando ir pelo ralo até 4% do PIB com a falta de prevenção e cuidados com a saúde do trabalhador. “Quando você pega toda essa força de trabalho que deixa de produzir, o PIB não cresce na velocidade que deveria crescer, que está contratado e comprometido com a Seguridade Social, que é o custeio da saúde com essas pessoas afastadas e a indenização por morte e invalidez por trabalho. O PIB corrente do ano passado foi de R$ 3 trilhões 765 bi. E esses 4% significam R$ 147 bi”, critica.
De acordo com o procurador regional do Trabalho da 24ª Região, Hiran Sebastião Meneghelli, uma das principais dificuldades enfrentadas pela categoria na Justiça diz respeito à concessão de intervalos. Apesar de a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prever o descanso de 20 minutos a cada 1h 40 de trabalho aos trabalhadores expostos a baixas temperaturas, brechas legais favorecem o interesse das empresas.
“Eles (patrões) perguntam como parar a esteira de produção durante 20 minutos e, ao mesmo tempo, obedecer a norma da Vigilância Sanitária de transportar a carne até a câmara frigorífica em poucos minutos. Só que esse é um argumento falacioso que poderia ser solucionado com uma turma de revezamento. Eles também alegam que a CLT fala de ambientes artificialmente frios e, na interpretação das empresas, são só as câmaras frigoríficas, onde a carne é congelada. Isso é minoria e representa só os trabalhadores que transportam a carne para dentro dessas câmaras”, disse.
Por: Luiz Araújo com dados da Media House Comunicação e fotos de Marcos Rosse.
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