Sem avanço nas negociações para o acordo
coletivo de 2014, trabalhadores da Ambev de Manaus (AM) cruzaram os braços na
noite desta quarta (14/5), após assembleia com o sindicato da categoria. Entre
as principais reivindicações estão o piso salarial de R$ 1.500, reajuste acima
da inflação e a criação de uma política nacional de Participação nos Lucros e
Resultados (PLR).
Apesar de ter se reunido com o Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Bebidas de Manaus (STIBAM) nos dias 13 e 14 de maio, a
patrocinadora da Copa do Mundo não apresentou proposta aos trabalhadores, que
não têm previsão de quando voltam às atividades.
De
acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de
Alimentação e Afins (CNTA Afins), que está coordenando a greve junto ao
sindicato, uma campanha nacional de boicote aos produtos da Ambev e uma
denúncia em nível internacional
poderão ser realizadas caso a empresa não atenda as reivindicações dos
trabalhadores. Segundo o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, os
trabalhadores de Manaus estão há dois anos sem reajuste salarial.
Aproximadamente 80% dos trabalhadores aderiram ao movimento até o momento.
“Entendemos
que o ponto principal é buscar respeito para com os trabalhadores. E essa
unidade de Manaus não respeita os trabalhadores. O segundo ponto é que já fazem
24 meses que não há nenhum reajuste salarial e as condições de trabalho são
péssimas. Por isso, os trabalhadores decidiram deflagrar essa greve e continuar
com a paralisação até que a empresa passe a respeitá-los e, ao mesmo tempo,
atender as reivindicações. Nós entendemos que não teve outro caminho porque
depois de várias tentativas de negociação com a empresa, ela disse que não iria
apresentar nenhuma proposta”, comenta Bueno.
“Nós
solicitamos a todos os sindicatos que representam os trabalhadores da Ambev do
Brasil que suspendam as negociações até que seja resolvida a questão de Manaus
porque no elenco de reivindicação dos trabalhadores de Manaus há cláusulas
nacionais, com benefícios que podem ser estendidos aos demais trabalhadores.
Esperamos que a empresa abra negociação imediatamente. Se ela não abrir
negociação nós iremos tomar outros caminhos, como boicote ao produto e denúncia
internacional.”, conclui o presidente da CNTA Afins.
Por: Clarice Gulyas
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