sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

RECOMENDAÇÃO DO SEAE REPERCUTE NA IMPRENSA EM BAGÉ - MATÉRIA DO SITE DA SALA DE APOIO GANHA DESTAQUE!

Após uma reportagem publicada no jornal Zero Hora, no último dia 1º de dezembro, a comunidade da região sul do Estado foi surpreendida com a recomendação da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) para que o grupo Marfrig se desfaça das plantas de abate no Rio Grande do Sul, possibilitando dessa forma, a aquisição da empresa Mercosul.

Na ocasião, a reportagem da ZH destaca que o parecer da Seae indicava a possibilidade de que o negócio ampliasse a concentração de mercado da Marfrig no Rio Grande do Sul, acima de 20%.  A recomendação se justifica segundo o Seae, pois a empresa arrendou todos os bens e equipamentos do Frigorífico Mercosul destinados ao abate de bovinos nas plantas industriais das cidades de Bagé, Alegrete (RS), Mato Leitão (RS), Capão do Leão (RS), Nova Londrina (PR), Pirenópolis (GO) e Tucumã (PA).

A aquisição do Mercosul pela Marfrig foi anunciada em 2009, sendo que após esse tempo contou com análise de clientes e concorrentes, sendo estudado também por outros requerentes. Esse processo ocorreu antes de ir para análise da Seae. Agora, a decisão final, será emitida pelo CADE (Conselho Administrativo da Defesa Econômica). 

O presidente do sindicato dos trabalhadores nas indústrias de alimentação de Bagé e Região, Luiz Carlos Cabral não acredita que a Marfrig vá se desfazer das plantas de abate no Estado.

 - A reportagem publicada nos preocupou bastante num primeiro momento. Porém, acreditamos que essa recomendação teria mais força quando a empresa estava comprando os frigoríficos, isso em torno de dois anos atrás, hoje tal ação causaria um impacto absurdo para o Rio Grande do Sul, por exemplo, visto que não seria apenas os aspectos econômicos, mas sociais que atingiriam perto de 10 mil trabalhadores se a empresa se desfizesse de suas plantas frigoríficas, disse Cabral.

Cabral informa que o coordenador da sala de apoio da CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins para a região sul, Darci Pires da Rocha, está em contato com os diretores do Grupo Marfrig para agendar uma reunião dos sindicatos com a empresa para saber qual o posicionamento será tomado a partir desse parecer.

 - Essa reunião é de extrema importância para que os trabalhadores possam ter informações mais claras do que está ocorrendo, mesmo assim acreditamos que o governo do Estado, bem como a empresa encontrarão uma solução que não prejudique os trabalhadores da região, salienta Cabral.

O coordenador da CNTA no Estado, Darci Pires da Rocha, em comunicado no site da entidade afirma que é difícil entender uma recomendação desse conteúdo vinda com dois anos de atraso, além disso, a vinda do grupo para o Rio Grande do Sul foi fundamental para a recuperação do setor.

 - O Mercosul recuperou plantas que estavam fechadas e que só se mantiveram abertas por terem sido arrendadas pela Marfrig, o que por si só já não é uma situação muito tranquila para os trabalhadores, pois o ideal seria que a Marfrig adquirisse as plantas, acabando com o temor de que a indústria frigorífica bovina, no estado, possa passar pelos momentos difíceis de anos atrás, cujas consequências ainda hoje são sentidas pela classe trabalhadora.

Rocha salienta que esse tipo de parecer ou recomendação deveria levar em consideração a questão social, antes da econômica. Ele reitera que os trabalhadores não são a favor de formação de monopólios por mega grupos, mas que a situação da relação Marfrig e Mercosul é diferente das fusões como a Brasil Foods ou AMBEV, pois no caso da Marfrig, a empresa ajudou a manter e recuperar postos de trabalho, enquanto nos outros dois casos houve o inverso, com concentração de produção e fechamento de fábricas produtivas, apesar de todos os avisos dos trabalhadores ao CADE, destacou Rocha.

O jornal FOLHA DO SUL entrou em contato com a assessoria de comunicação do Grupo Marfrig que ressalta que a mesma Seae que emitiu o parecer aprovou a aquisição do Frigorífico Mercosul pela Marfrig com recomendação de ajuste na estrutura produtiva da Marfrig. O tema, como destaca a Marfrig, será definido pelo CADE.

 - A Marfrig entende que pode reverter essa recomendação da Seae no momento da análise pelo CADE.

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