Dúvidas de trabalhadores sobre interdição no Marfrig levam STIA/Bagé a esclarecer pontos polêmicos!
Manifestações nas redes sociais
sobre a interdição do frigorífico Marfrig em Bagé demonstram a preocupação de
trabalhadores com as atividades da planta. O Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Alimentação de Bagé e Região manifesta preocupação com o
desencontro de algumas informações. A entidade reforça que em inúmeras
oportunidades encaminhou as reclamações dos trabalhadores sobre más condições de máquinas e setores da empresa, sem que o
Marfrig tomasse providências,
Audiência pública em Alegrete |
Audiência pública em São Gabriel |
Audiência em Bagé |
Prova desse fato é que diversos
eventos foram realizados informando a sociedade sobre os problemas que ocorrem
dentro das unidades da empresa. Em 2010 houve uma audiência pública na
Assembleia Legislativa sobre a situação dos frigoríficos no estado. Nenhum
representante do Marfrig esteve presente. Antes disso, em 2007, foi elaborado
um trabalho de pesquisa em parceria dos sindicatos de trabalhadores nas
indústrias de alimentação que tem frigoríficos em suas bases, com a
Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins
(CNTA) com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O projeto
Atenção às Lesões por Esforço Repetitivo dos Trabalhadores da Alimentação
(Alerta) apresentou um diagnóstico sobre as principais doenças que afastavam os
empregados do ambiente de trabalho. O resultado foi apresentado em audiência
pública na Câmara de Vereadores de Bagé. Mais uma vez a empresa não enviou
representante sequer para contestar os dados apresentados na pesquisa.
Lançamento da cartilha da NR 36 - Sede Hulha Negra |
Audiência pública no Senado! |
Publicada em abril de 2013, a
Norma Regulamentadora 36 surgiu para garantir qualidade no sistema de segurança
e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados.
A NR 36 foi estabelecida ouvindo todas as partes interessadas, discutida e
formalizada por representantes da classe empresarial, trabalhadores, agentes
políticos e governo. As empresas do setor frigorífico receberam prazos para se
adequarem à nova legislação vigente. A força-tarefa realizada desde 2014 vem
para fiscalizar o cumprimento da norma, já que agora os prazos de adequação
foram expirados.
Seminário em Bagé |
O I Seminário Estadual de
Segurança e Saúde do Trabalho, realizado em junho de 2014 em Bagé, contou com a
participação da CNTA, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho.
As questões abordadas envolveram justamente a preocupação das autoridades e do
movimento sindical com os riscos ao trabalhador nas atividades exercidas,
principalmente dentro de frigoríficos. Mais uma vez o Marfrig não participou do
debate. O resultado foi a realização da força-tarefa nos frigoríficos bovinos,
em ação semelhante ao que ocorrera em 2014 nos abatedouros de aves.
foto: Flávio Portela |
Agora, o setor industrial da
carne alega ser vítima de pessoas que tentam impedir a produção industrial sem
dar chance as empresas de se adequarem a legislação. Algumas pessoas querem
colocar a culpa desta situação nos sindicatos, em especial no STIA/Bagé. Os
trabalhadores sabem, entretanto, que o sindicato deseja apenas que as pessoas
que contribuem com seu suor, esforço e sacrifício pela empresa tenham direito a
trabalhar em um local sem que sua saúde e integridade física estejam
constantemente sobre ameaça.
Audiência Projeto Teias |
Na avaliação do presidente do
STIA/Bagé, Luiz Carlos Cabral, seria muito mais fácil o Marfrig tomar atitudes
para garantir a segurança e melhores condições na atuação de seus trabalhadores
do que passarem pela interdição para tomar providências. “A empresa quer passar
a imagem de que não teve tempo para se adequar, mas o aviso não é de hoje.
Tanto que o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho
analisaram mais de 120 irregularidades. Não somos nós os responsáveis por isso,
é a empresa”, ressalta Cabral.
Assembleia Marfrig |
Até este dia 20 de maio, o
frigorífico em Bagé seguia interditado pelo MTE. Cabral enfatiza que embora
entenda o receio dos trabalhadores da unidade do Marfrig em Bagé, o Ministério
do Trabalho e os procuradores do Ministério Público do Trabalho deixam claro
que os empregados não podem ser prejudicados. “Os trabalhadores vão seguir
recebendo seus salários e tendo todas as garantias a seus direitos,
conquistados com muita luta. O que não pode é a empresa ameaçar ou constranger
qualquer um de seus funcionários. As autoridades e nós, do Sindicato, estamos
acompanhando muito de perto tudo o que está sendo feito”, afirma Cabral.
--
Emanuel
Müller
Jornalista
MTE 9810
Assessor
de Comunicação Social
(53) -
9972-5797
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