Parece que o ano de 2010 tem revelado uma dificuldade impensada na negociação coletiva da alimentação geral, haja vista que o ano tem sido apontado por todos os economistas como um ano de crescimento.
Lamentavelmente, os negociadores patronais têm alegado dificuldades das empresas em geral, e apresentam propostas com índices muito aquém da expectativa dos trabalhadores.
Para tentarmos entender que “dificuldades” são essas, fizemos uma pesquisa entre as principais publicações econômicas do país em busca da resposta, sempre levando em consideração a visão geral do setor da alimentação no Brasil e no Rio Grande do Sul, uma vez que a mesa de negociação, na data base de maio e junho, é geral, e não negociado caso a caso.
Começamos nossa pesquisa pela visão patronal e vimos que em matéria publicada no site da ABIA – Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, no seu anuário 2009, Intitulada “UM SETOR MAIS FORTE QUE A CRISE” além de demonstrar todo o potencial da indústria da alimentação brasileira, a matéria sita que o setor fechou o ano com mais de 30 bilhões de dólares de superávit em sua balança comercial, e ressalta “um recorde histórico”. A matéria fala também que a crise afetou as exportações, mas como o mercado interno não apresentou variações significativas, compensou a queda das vendas externas.
A visão patronal se mostrou bastante contente com o presente e otimista com o futuro da indústria da alimentação brasileira, projetando um grande ganho para as empresas.
Fomos então atrás da visão governamental sobre o ramo. Nosso primeiro dado foi no site do Ministério da Indústria e comércio, na parte de dados das principais empresas exportadoras em 2009. lá o ramo da alimentação demonstra toda a sua pujança, uma vez que entre as 50 maiores empresas exportadoras do estado, as indústrias da alimentação são uma parcela expressiva, com Bunge, Bianchini, BRF, Doux Frangosul, etc.
A FGV Fundação Getulio Vargas divulgou no estadão, no dia 18 de janeiro de 2010, que a expectativa para esse ano, na indústria da alimentação é de um aumento de 10,6 maior que 2009, e que, apesar da crise, o setor teve um desempenho positivo, em relação a 2008.
Fica claro, então, que o problema não é econômico, já que mesmo em 2009 o setor apresentou crescimento, que se levarmos em conta todas as medidas preventivas da crise adotadas pelas empresas, ele é bem maior do que os dados estatísticos estão divulgando.
Então por que a patronal resiste a dar um aumento adequado a conjuntura de crescimento? Ganância apenas?
Pode ser! Mas o fato é que a classe patronal da uma demonstração de total despreparo para lidar com o material humano além de incompetência administrativa e isso, pode custar bem mais caro, já que, se as empresas não aprenderem a partilhar em momentos favoráveis, não podem esperar solidariedade em momentos difíceis.
E, cá pra nós, a tática de usar pequenas empresas como desculpa para que as grandes não concedam aumentos satisfatórios já deveria estar abolida, até porque as pequenas empresas são as únicas que cumprem acordos e convenções sem reclamações.
Nas negociações, em qualquer ramo, é sempre a mesma coisa, quanto maior a empresa, maior é o choro!
ilustrações do google imagens!
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