CNTA E STIA ALEGRETE REÚNEM-SE COM A CASA CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL E PEDEM APOIO DO GOVERNO CONTRA O FECHAMENTO DA UNIDADE INDUSTRIAL!
Em reunião realizada com o Secretário chefe da casa civil, Flávio Helmann, as lideranças do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Alegrete, Marcos Rosse e Terezinha Soltau, além dos integrantes da sala de apoio da CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, Darci Rocha e Luiz Araújo, para tratar da questão envolvendo a intenção a intenção da empresa Marfrig em promover o fechamento da unidade industrial de Alegrete, com a consequente demissão de 680 trabalhadores.
As lideranças que representam os trabalhadores da alimentação daquela cidade, levaram ao conhecimento do governo do estado a preocupação com a posição adotada pela empresa.
Em um documento do qual tanto a Confederação Nacional como do Sindicato dos Trabalhadores local foram signatários, as lideranças dos trabalhadores colocaram sua posição de inconformidade quanto ao fechamento daquela planta frigorífica:
Ao
Ilmo Sr. Flávio Helmann
MD
Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Porto
Alegre - RS
Ilmo
Sr.
Vimos
por intermédio deste solicitar a intervenção do Governo do Estado do Rio Grande
do Sul no sentido de impedir o fechamento da unidade industrial frigorífica de
Alegrete, com a perda de 680 postos de trabalhos diretos, além de um prejuízo
social e econômico incalculável para o município e para a região.
Infelizmente,
dia 15 de agosto de 2014, fomos surpreendidos com um comunicado da empresa
Marfrig que, a partir do dia 1º de setembro de 2014, estará encerrando as
atividades da unidade industrial de Alegrete, onde hoje, conta com 680
trabalhadores que serão demitidos, sendo que, ainda segundo o comunicado da
empresa, essa unidade industrial ficará fechada até o final de 2015 onde, de
acordo com seus interesses, a empresa poderá retomar ou não as atividades.
Claramente,
trata-se de uma situação onde o interesse privado, mais uma vez, tenta se
sobrepor ao interesse coletivo, uma vez que em busca da resolução de seus
problemas logísticos, uma empresa que conta com vultuosos financiamentos
públicos das esferas federal e estadual, com o compromisso de geração de
emprego e renda, não tem o mínimo pudor em afetar a vida das famílias que
direta ou indiretamente dependem daquele empreendimento, sem falar na questão
dos impostos gerados cujo impacto para a vida do município é bastante
significativo, além do incalculável prejuízo a cadeia produtiva da carne, o
que, além de atentar com o interesse público local, tem alta relevância em uma
atividade em que várias vezes o próprio governo estadual classificou como
estratégica, ao ponto de manter um programa de renuncia fiscal como o Agregar Carnes,
cuja referida empresa é altamente beneficiada nas suas diversas plantas
espalhadas pelo Rio Grande do Sul.
Queremos
deixar muito claro que não trata-se de discutir a decisão de uma empresa
privada conforme tem sido colocado pela direção da empresa, para os
trabalhadores nas indústrias da alimentação e seus representantes, o que a
Marfrig faz com seu patrimônio e seu próprio capital é um problema que diz
respeito a seus dirigentes e seus acionistas. No entanto, partiu desta empresa
a busca de auxílio de recursos públicos através do BNDES, cujo valor segundo a
mídia amplamente tem divulgado, gira em torno de 2,5 bilhões de reais. Sendo
esses recursos, na sua maioria, oriundos do FAT - Fundo de Amparo ao
Trabalhador, as lideranças signatárias, como legítimas representantes dos
trabalhadores nas indústrias da alimentação de Alegrete e do Brasil, não
admitirão serem manipulados ou mesmo se submeterem ao interesse privado,
assistindo de braços cruzados que recursos públicos sejam usados para prejuízo
coletivo, apenas porque uma empresa que na hora em que necessita do
financiamento público fala em compromisso social e em soluções coletivas, mas
quando não interessa, invoca sua condição de empreendimento privado.
Diante
do aqui exposto, os trabalhadores nas indústrias da alimentação e seus
legítimos representantes sindicais vem solicitar ao governo do estado do Rio
Grande do Sul que tomem um posicionamento em defesa do interesse social e
coletivo, apoiando nossa reivindicação pela continuidade de pleno funcionamento
daquela unidade industrial. Se a solução será com a atual empresa ou com outra
parceria, nos é indiferente, desde que os trabalhadores e uma comunidade
inteira não sejam sacrificados para atender o interesse particular.
Deixamos
clara assim nossa posição contrária a atitude adotada pela Marfrig e nossa
disposição na defesa intransigente dos interesses dos trabalhadores, se
necessário, levando ao conhecimento público, nacional e internacional através
da UITA - União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, a qual nossa
Confederação é filiada, para que cada parceiro comercial saiba a maneira como o
produto da Marfrig chega ao consumidor do mundo inteiro.
Na
certeza de uma solução negociada através do governo do estado, o qual temos
certeza, é comprometido com o interesse da classe trabalhadora, reiteramos
nossos votos de consideração e apreço.
Atenciosamente
MARCOS
ANTONIO ROSSE
DARCI PIRES DA ROCHA
Presidente STIA Alegrete Coord. Sala de apoio CNTA
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