terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O EXEMPLO DE MANDELA!

Artigo: por Darci Rocha e Luiz Araújo

Quanto mais lemos sobre Nelson Mandela, menos entendemos o porquê de tantas pessoas da elite, instituições como a mídia e  muitos governantes de nações poderosas prestarem homenagem a ele.
Mandela viveu e morreu defendendo ideais que a elite mundial mais abomina, como igualdade de direitos, respeito a seres humanos e a vida. Nelson Mandela falava em povo, em coletivo, não em indivíduos!
Desde quando a mídia e as chamadas nações poderosas, com suas práticas de glamorização do indivíduo, de exaltação a elite e todos seus conceitos de vida excludentes, predatórios e discriminatórios, que valorizam mais o bem material do que a vida, mudaram de opinião?
Quem abre um jornal, liga uma TV ou acessa um site, pode até pensar que Nelson Mandela, além de todo o bem que fez a humanidade, e olhem que não foi pouco, também conseguiu operar o milagre de conscientizar a elite e o aparato midiático, que defende seus interesses, a deixarem de valorizar tanto o lucro e a futilidade.
Mas basta olhar para o interior de uma fábrica, para o interior de uma plantação, para bairros e favelas ou continentes como a própria África, para que se constate que abominações como escravidão, exploração infantil,  violência contra a mulher, racismo, assédio moral e tantas outras formas de desrespeito a dignidade e a vida no planeta são práticas cotidianas de muitos hipócritas que exaltam Mandela.
Tudo bem que não se pode subestimar o "poder" de persuasão que esse jogo de cena traz, não é a toa que o enforcamento de tantos inocentes em praça pública em um certo 1º de maio ou o assassinato de várias mulheres queimadas vivas em uma fábrica, em um certo 8 de março, virou motivo de festa e comemoração ao invés de datas de reflexão de todo o mal que a ganância pode causar.
Tomara que nunca esqueçamos quem foi esse líder, pelo que lutou e viveu, para que saibamos sempre identificar se estamos diante de pessoas, instituições ou governantes que  lamentam profundamente a falta de um grande exemplo, ou diante de pessoas, instituições ou governantes que são um grande e profundo exemplo lamentável que não fará a menor falta.


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