quarta-feira, 7 de novembro de 2012

É HORA DE REFLETIR!


Artur Bueno de Camargo (*)
Após o término dos dois turnos dos pleitos municipais, vale à pena fazermos uma reflexão sobre as eleições e o comportamento dos candidatos, dos partidos, dos apoiadores e das autoridades.
            Durante todo o período eleitoral, percebemos que a maioria dos candidatos, seja para os cargos do Poder Executivo, seja para os cargos do Poder Legislativo, não deram destaque às siglas dos partidos pelos quais estavam concorrendo, e muito menos às siglas das coligações feitas para estas eleições!
            Será que esta falta de visibilidade foi para tentar camuflar as incoerências e contradições que ocorreram nas campanhas?
            Tivemos um exemplo muito próximo de nós. Em nossa cidade de Limeira onde o PSB elegeu seu candidato no primeiro turno, elegeu como vice-prefeito um candidato do PT! Enquanto isso, em Campinas, cidade praticamente vizinha à nossa, o candidato do PSB disputou o segundo turno com o candidato do PT!
            Poderíamos entender que isto seja parte da verdadeira democracia. Mas, a pergunta que não quer calar é: - A proposta de governo é do candidato ou do partido? Se for do partido, porque a proposta para Limeira contempla PSB e PT, enquanto em Campinas a proposta do PSB foi duramente criticada pelo PT? Aliás, não deveria haver qualquer diferença, pois, o PSB é um dos partidos de apoio ao Governo Federal (PT)!
            Ora, se a proposta de governo for elaborada pelo candidato, individualmente, então qual a razão da existência do partido? Apenas para fornecer um número para o candidato e medir seu tempo na TV e nas rádios? 
            Outra incoerência que pudemos observar. O ex Presidente Lula, fez um discurso em São Paulo (Capital), dizendo que era preciso inovar, defendendo seu candidato de oposição. Já ao discursar em Diadema (SP), onde seu candidato era situação, disse que não se deveria trocar o certo pelo duvidoso!
            Podemos não concordar com várias questões apresentadas pelos partidos PSOL e PSTU, da corrente socialista dos trabalhadores. Mas, temos de admitir que eles procuram ser coerentes. O candidato do PSOL que concorreu às eleições no município de Belém do Pará aceitou o apoio do ex Presidente Lula em sua propaganda eleitoral, o que lhe custou o abandono de seus apoiadores, que são dissidentes do PT. Isto é demonstração de coerência!
            Outro fator que chamou atenção foi que apoiadores e até mesmo governadores, ministros e a Presidente da República disseram em seus discursos de apoio aos seus candidatos, que iriam apoiá-los e trabalhar juntos nos seus governos!
            Entendemos que ter preferência de partido ou de candidatos, e apoiá-los, é direito de todos, mas, escolher uns em detrimento de outros, para apoiar e trabalhar junto, quando no exercício de cargo público, trata-se no mínimo de abuso de poder!
            Meus companheiros leitores, diante de tantas questões duvidosas, e de outras mais que não seria possível apresentar neste espaço, vocês concordam que estamos precisando de uma reforma política urgente?

(*) Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação
(CNTA) e vice-presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do
Estado de São Paulo.

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