Marfrig ajuíza Dissídio Coletivo no TRT em Porto Alegre para tentar retirar direitos dos trabalhadores
Com data-base em 1º de fevereiro, os trabalhadores do Marfrig Group
em Bagé e do Marfrig Foods (Pampeano Alimentos) em Hulha Negra
aguardavam o desfecho das negociações para Acordo Coletivo de Trabalho
com a empresa. Entretanto, nesta semana o Marfrig ajuizou pedido de
Dissídio Coletivo junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região em
Porto Alegre. É o terceiro ano consecutivo em que os representantes da
empresa demoram para realizar as negociações com os sindicatos de
trabalhadores nas indústrias de alimentação de Alegrete, Bagé, São
Gabriel e Pelotas. Desta vez, o objetivo é retirar algumas conquistas
históricas dos trabalhadores que fazem parte das cláusulas do acordo -
como o pagamento de 100% das horas-extras, o pagamento do tempo de
preparo e a gratuidade do transporte.
A espera por uma
definição já dura três meses. A empresa demonstra intransigência com os
direitos já conquistados pelos trabalhadores e agora, com o ajuizamento,
tenta colocar ao TRT a responsabilidade de retirar as conquistas. "A
verdade é que o Marfrig demora, faz várias alegações, muitas vezes
obrigando os representantes sindicais a irem a Porto Alegre, gerando
custos, e sequer apresentando uma proposta que vá ao encontro dos
anseios dos empregados", ressalta o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Bagé, Luiz Carlos
Cabral.
Os sindicatos querem, no mínimo, o mesmo
percentual de reajuste do Piso Mínimo Regional (6,48%) de forma linear,
melhorias no cartão-alimentação (no caso do Marfrig/Bagé) e a manutenção
das demais cláusulas do dissídio anterior. A expectativa agora é pela
definição de uma data para a audiência conciliatória entre as partes,
mediada pelo TRT. O dia ainda não está definido.
Emanuel Müller
Jornalista
MTE 9810
Assessor de Comunicação Social
(53) - 9972-5797
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