CNTA cobra fiscalização das condições de trabalho nos frigoríficos
e garantia de emprego
e garantia de emprego
Para a entidade, crédito de mais de R$ 1 bilhão concedido pelo governo aos frigoríficos
deve ser condicionado à manutenção dos empregos e práticas de responsabilidade social. Setor lidera ranking de acidentes de trabalho na categoria da Alimentação
deve ser condicionado à manutenção dos empregos e práticas de responsabilidade social. Setor lidera ranking de acidentes de trabalho na categoria da Alimentação
A
Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e
Afins (CNTA Afins) acaba de oficializar a reinvindicação da categoria
pela garantia dos empregos dos trabalhadores do setor frigorífico por
pelo menos seis meses. Os documentos foram protocolados nessa terça e
quarta (4 e 5 de abril) no Ministério do Trabalho e na Confederação
Nacional da Indústria. Representante de cerca de 400 mil trabalhadores
nas indústrias frigoríficas do País (110 mil da BRF e 130 mil da JBS), a
CNTA também cobra o empenho do governo para a fiscalização das
condições de trabalho em todas as unidades, principalmente, nas empresas
dos grupos investigados pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
O
presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, avalia com desconfiança o
esforço do governo na defesa do setor, após escândalos de corrupção e
fraudes de alimentos. Segundo ele, a disposição do governo chega a
impressionar, principalmente, quando o assunto envolve produtos de
exportação, que gerou, inclusive, a tentativa de desqualificação da
Polícia Federal.
Para
a entidade, a concessão de aproximadamente R$ 1,4 bilhão aos
frigoríficos deveria envolver compromissos do setor com a categoria
profissional. Por outro lado, apesar de anunciar uma possível perda de
R$ 1,5 bilhão (quando a estimativa para o ano era de 15 bilhões),
associações das empresas do setor apontam que os prejuízos são menores,
em torno de 136 milhões de dólares, incluindo os impactos externo e
interno, com uma queda de 19%, segundo o Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços.
“Não
somos contra a intervenção do governo na defesa dos produtos
brasileiros, mas gostaríamos que houvesse essa mesma disposição na
defesa do emprego, segurança e saúde dos trabalhadores, especialmente,
dos que trabalham em frigoríficos, que são submetidos diariamente a
ritmos acelerados de trabalho e esforços repetitivos, expostos a
ambientes mórbidos, com baixíssimas temperaturas e muitas vezes tóxicos,
com vazamentos de amônia, por exemplo.”, comenta.
“Acreditamos
ser pertinente o governo, depois de tanta proteção ao setor, exigir uma
garantia de emprego a todos os trabalhadores em frigoríficos,
principalmente, os que tiveram de entrar em férias coletivas, seja por
motivo da unidade ter sofrido intervenção ou queda de produção, mesmo
porque o governo também tem ações nos dois maiores grupos de
frigoríficos investigados. Portanto, todos precisam arcar com os seus
deveres de responsabilidade social. Cobramos também fiscalização e o
cumprimento de fato da Norma Regulamentadora nº 36 do Ministério do
Trabalho, que ainda é desrespeitada em grande parte das empresas”,
defende Bueno, que destaca a aplicação de R$ 14,3 bilhões do BNDES no
setor entre 2005 e 2014.
Em
audiência pública do Senado Federal sobre os impactos da operação Carne
Fraca, realizada no último dia 28, a confederação cobrou punição de
"corruptos e corruptores" e alertou sobre a possibilidade do aumento de
acidentes de trabalho em meio às ameaças de demissões. Na categoria da
Alimentação, o setor que lidera o número de acidentes de trabalho é o de
frigoríficos. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), entre 2012 e 2014, o
número de acidentes de trabalho cresceu de 18.226 em 2012 para 19.821 em
2014 (alta de 8,7%).
Por Sala de Apoio CNTA/SUL
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