GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ANUNCIA 12,72% DE REAJUSTE PARA O PISO MÍNIMO REGIONAL!
Na manhã do dia 19 de novembro de 2013, em frente ao Palácio Piratini, o governador Tarso Genro anunciou que o governo está enviando a Assembléia Legislativa Gaúcha um projeto de lei com um índice de reajuste de 12,72% para as faixas salariais do piso mínimo regional gaúcho.
Presente no ato de anúncio, o coordenador político da sala de apoio da CNTA - Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, Darci Pires da Rocha, acompanhou o discurso do governador que usou o caminhão de som das entidades sindicais presentes para falar aos trabalhadores presentes.
Segundo o governador, o índice anunciado, embora esteja distante do pleito da classe trabalhadora, segue a política de recuperação do poder aquisitivo do piso mínimo regional, que com esse índice, passara a representar 1,20 salários mínimos, contra 1,28 salários mínimos que representavam na época de sua criação pelo então governador do estado Olívio Dutra, sendo que no governo Yeda Crusius o piso foi desvalorizado, chegando a um percentual equivalente a 1,07 salários mínimos.
Para Darci Rocha o índice tem relevância, apesar de não ser o ideal, mas lembra que o anúncio é só a primeira etapa, pois ainda precisa ser aprovado na Assembléia Legislativa do Estado, e para isso enfrentará a oposição patronal que propôs um índice de reajuste de apenas 5,3%.
-A classe trabalhadora e as entidades sindicais que os representam precisam estar muito atentas e se mobilizarem no dia da votação desse projeto de lei na Assembléia Legislativa, pois os empresários buscaram se articular com a bancada dos seus representantes para diminuir o índice aplicado ao piso regional e confundir a opinião pública usando a mídia para isso, com matérias que acusam o governo do estado de fazer "cumprimento com o chapéu alheio" (para ler clic aqui).
A verdade é que o piso regional cumpre um papel importantíssimo na questão da diminuição da desigualdade social, com influência direta na negociação salarial das categorias que é o principal meio de distribuição de renda de qualquer povo, fora as chamadas medidas de exceção como é o caso dos programas sociais como o bolsa família.
Por isso é compreensível que a classe patronal reaja ao piso, pois distribuição de renda implica em mexer no lucro das empresas e ainda assim, não para toda a classe de empresários, já que para os comerciantes, o aumento do poder aquisitivo da população implica em maior consumo, por tanto, maiores possibilidades de ganhos. Só que nós sabemos que, fale quem falar pelos empresários, quem está por trás da mobilização contra o piso regional é a indústria, principalmente a exportadora, para quem o fato do aumento do poder aquisitivo interno pouca significância tem, já que a maior parte dos seus lucros estão atrelados ao consumo externo. Declarou Darci! E concluiu:
- O que não é compreensível é que existam entidades sindicais que ainda fechem acordos com pisos abaixo do piso mínimo regional, cedendo as chantagens empresariais de perda de competitividade ou a ameaças de demissões. Existe todo um esforço para que o governo envie um projeto com um índice que está longe do que gostaríamos, mas que é bem melhor do que a patronal daria. Esse projeto é pensado e leva em consideração a capacidade das empresas ou seria irresponsabilidade de qualquer governo se assim não o fosse, e pra que? Para que um dirigente sindical entregue tudo em uma mesa de negociação? Não é esse o nosso papel. Nosso papel é defender o interesse dos trabalhadores! E temos que nos mobilizar forte para que ele seja aprovado na íntegra, pois isso será fundamental na campanha salarial de 2014!disse Darci!
As faixas salariais, com a aplicação do índice proposto ficarão assim: 1ª - R$ 868,00; 2ª - R$ 887,98; 3ª - R$ 908,12 (nesta está inclusa os trabalhadores da alimentação); 4ª - R$ 943,68.
Ouçam agora, o momento em que o governador Tarso Genro anuncia a proposta de reajuste:
Por: Luiz Araújo